Do ponto de vista do cartunista o que resultou da relação do conquistador com os índios por que

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Geralmente, usamos no dia-a-dia a palavra “cultura” de maneira equivocada. Costumamos associar cultura àquilo que é mais valorizado intelectualmente dentro de uma sociedade. Ou seja, a cultura da elite geralmente é a única considerada realmente cultura.

Há muitos casos atuais que ilustram isso. Entretanto, olhando para a história, um dos principais deles aconteceu na Colonização do Brasil, através da imposição da cultura portuguesa em detrimento da indígena. Um exemplo disso foram as missões jesuítas que tinham por objetivo colonizar os indígenas, isto é, impor a religião (que é um traço cultural) dos portugueses (o catolicismo, no caso) aos povos da terra nativa.

Pensando nisso, para aprimorar seus estudos, trazemos uma questão resolvida de História sobre esse assunto que caiu no Enem 2014. Confira!

Enem 2014 – Caderno Amarelo – Questão 09

O índio era o único elemento então disponível para ajudar o colonizador como agricultor, pescador, guia, conhecedor da natureza tropical e, para tudo isso, deveria ser tratado como gente, ter reconhecidas sua inocência e alma na medida do possível. A discussão religiosa e jurídica em torno dos limites da liberdade dos índios se confundiu com uma disputa entre jesuítas e colonos. Os padres se apresentavam como defensores da liberdade, enfrentando a cobiça desenfreada dos colonos.

CALDEIRA, J. A nação mercantilista. São Paulo: Editora 34,1999 (adaptado).

Entre os séculos XVI e XVIII, os jesuítas buscaram a conversão dos indígenas ao catolicismo. Essa aproximação dos jesuítas em relação ao mundo indígena foi mediada pela

Do ponto de vista do cartunista o que resultou da relação do conquistador com os índios por que

a) demarcação do território indígena. b) manutenção da organização familiar. c) valorização dos líderes religiosos indígenas. d) preservação do costume das moradias coletivas.

e) comunicação pela língua geral baseada no tupi.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Alternativa E

O século XVI muda a maneira de pensar do homem europeu. A colonização da América, os mercados saindo do Mediterrâneo, os Humanistas do Renascimento colocando o homem como medida de todas as coisas. Durante esse período aumenta a crítica à Igreja Católica, culminando com as ações de Lutero e Calvino (Reforma Religiosa), momento delicado para a Igreja que presencia a diminuição de seus seguidores. Na expectativa de equilibrar essa balança, após o descobrimento, através da Companhia de Jesus, muitos jesuítas vieram para a América para catequizar os índios, trazendo-os para a fé cristã. Aliás, índio foi um conceito criado pelo europeu, após o descobrimento da América por Colombo, pensando que estivesse chegado às Índias. Do ponto de vista biológico, os índios brasileiros não constituem um todo homogêneo, variam muito. Falam os mais diversos idiomas. No decorrer dos anos, devido à busca por alimentos, guerras, migrações etc., proporcionaram um maior contato entre os nativos provocando diferenciações linguísticas e culturais. Há dois troncos culturais majoritários, os tupis-guaranis e os jês, e dois outros grupos também numerosos, aruaques e caraíbas. Cada um deles ainda se dividia em centenas de outros subgrupos. Porém, o tupi, por ser falado pelas tribos litorâneas que primeiro entraram em contato com os portugueses, foi elevado pelos missionários cristãos à condição de língua geral.

A resolução deste exercício foi elaborada por Luis Ricardo O. Honório, bacharel em História pela UNESP e responsável pelas resoluções de questões do caderno de Ciências Humanas das Apostilas para o Enem 2015. Clique aqui e conheça melhor o material (aproveite pois as últimas unidades estão esgotando!).

Para se inteirar ainda mais sobre o assunto, recomendamos também a leitura do texto O que é cultura?, retirado do site Alunos Online.

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Dali houvemos vista de homens que andavam pela praia, cerca de sete ou oito, segundo os navios pequenos disseram, porque chegaram primeiro. Ali lançamos os batéis e esquifes à água e vieram logo todos os capitães das naves a esta nau do Capitão-mor e ali conversaram. E o capitão mandou no batel, a terra, Nicolau Coelho para ver aquele rio; e quando começou a ir para lá acudiram, à praia, homens, aos dois e aos três. Assim, quando o batel chegou à foz do rio estavam ali dezoito ou vinte homens, pardos, todos nus, sem nenhuma roupa que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam arcos nas mãos e suas setas. Vinham todos rijos para o batel e Nicolau Coelho fez-lhes sinal para que deixassem os arcos e eles os pousaram. Mas não pôde ter deles fala nem entendimento que aproveitasse porque o mar quebrava na costa. Texto II Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, com uma alcatifa ais pés, Pires estrado, e bem vestido com um colar de ouro muito grande ao pescoço [ ···] Acenderam-se tochas e entraram; e não fizeram nenhuma menção de cortesia nem de falar ao Capitão nem a ninguém. Mas um deles viu o colar do Capitão e começou a acenar com a mão para a terra e depois para o colar, como a dizer-nos que havia ouro em terra; e também viu um castiçal de prata e da mesma forma acenava para a terra e para o castiçal como que havia, também, prata. Mostraram-lhe um papagaio pardo que o Capitão aqui traz; tomaram-no logo na mão e acenaram para terra, como que os havia ali; mostraram-lhe um carneiro e não fizeram caso dele; mostraram-lhe uma galinha e quase tiveram medo dela e não lhe queriam pôr a mão; e depois a pegaram como que espantados. Texto III De ponta a ponta é toda praia rasa, muito plana e bem formosa. Pelo sertão, pareceu-nos do mar muito grande, porque a estender a vista não podíamos ver se não terra e arvoredos, parecendo-nos terra muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro nem prata, nem nenhuma coisa de metal, nem de ferro; nem as vimos. Mas, a terra em si é muito boa de ares, tão frios e temperados, como os de Entre-Douro e Minho, porque, neste tempo de agora, assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas e infindas. De tal maneira é graciosa que, querendo aproveitá-la dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem. Mas o melhor fruto que nela se pode fazer, me parece que será salvar esta gente; e esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza nela deve lançar. Exercícios 1) Segundo Pero Vaz de Caminha, Nicolau Coelho não conseguiu comunicar-se oralmente com os índios . a) O que alegou como causa? b) Qual foi o verdadeiro motivo pelo qual a comunicação oral não se realizou? 2) Caminha descreve o primeiro encontro entre os índios e o Capitão. a) O que revela a postura do Capitão? b) Qual foi a atitude dos índios diante do Capitão e o que ela revela? 3) Quais eram as informações acerca da nova terra que mais interessavam aos portugueses? 4) Os portugueses não encontraram na terra recém-descoberta aquilo que mais lhes interessava. Identifique o que Caminha humildemente sugere ao rei nos trechos: a) ” De tal maneira é graciosa que, querendo aproveitá-la dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem ” . b) ” Mas o melhor fruto que nela se pode fazer, me parece que será salvar esta gente”. 5) Aponte semelhanças entre os textos lidos e os versos de Camões a seguir, quanto ao ponto de vista do colonizador português sobre os motivos da colonização. E também as memórias gloriosas Daqueles reis que foram dilatando A Fé, o Império, e as terras viciosas De África e de Ásia andaram devastando, 6) No texto II, Caminha diz ao rei: ” Mas o melhor fruto que nela se pode fazer, me parece que será salvar esta gente”. Comparando o texto de Caminha ao cartum de Marcos Müller, é possível perceber pontos de vista diferentes sobre a conquista e a colonização do Brasil. a) De acordo com o ponto de vista do conquistador europeu, o objetivo de “salvar” os índios foi alcançado no transcorrer do tempo? Por quê?

b) Do ponto de vista do cartunista, o que resultou da relação do conquistador com os índios? Por quê?

A) Foi quase alcançado. Segundo o IBGE, no recenseamento de 2010 havia 817.000 
índios no Brasil. Estima-se que Pindorama (nome que os índios davam às terras 
que hoje é Brasil) possuía de 7 a 10 milhões de indígenas. Os indígenas ajudavam, 
no início, a derrubar e botar nos navios as madeiras que os portugueses chamavam 
de pau-brasil e recebiam em troca objetos brilhantes, talvez, brinquedos, práticamente, 
sem valor. Os portugueses liquidaram com este tipo de madeira em Pindorama (Brasil). 
Quando a madeira acabou e passaram a plantar cana-de-açúcar, os índios, não 
acostumados com esta atividade constante de plantar e depois colher e, com certeza, 
ter pessoas na função de vigiá-los, não gostavam e fugiam. As encrencas começaram. 
Passaram a procurar os indígenas que fugiam, passaram a puní-los e, muitas vezes, 
matá-los! E foi assim que iniciou-se a "salvação" dos "pindoramenses"! A "salvação" 
para os portugueses foi mandar os índios mais cêdo para o céu. 
É uma brincadeira, muito grande, dizer que vieram para "salvar". Portugal procurava, 
quase desesperadamente, descobrir caminhos para comércio e terras para explorar 
comercialmente, a ponto de quando encontrou-as tentar escravizar os habitantes do 
local e a "história" aponta um dos objetivos "salvar os índios". 
Enfim, do ponto de vista dos Jesuítas, imagino que, muito fizeram para uma "salvação", 
principalmente, salvar das garras dos próprios portugueses! 

b) Conforme escrito acima, a relação do conquistador com os índios, resultou quase a 


extinção da "raça indígena" e até hoje, estão, os que restaram, sem saber o que fazer 
de suas vidas, a ponto, de ter um alto índice de jovens se matando. As terras indígenas 
foram roubadas. Existem muito interesse dos capitalistas em possuir as poucas terras 
que foram tornadas como "reserva indígena". Assassinatos de índios continuam a 

praticar, enfim, nada de bom resultou na "façanha" portuguesa!