Joana Dark vai passar o Dia das Mães com o único filho, preso por tráfico e condenado a sete anos de prisão Sylvia Albuquerque/R7 Toda sexta-feira, em frente ao Terminal Rodoviário da Barra Funda, em São Paulo, a rotina se transforma. Mulheres se aglomeram com malas para viajar até os presídios no interior de São Paulo, onde seus filhos, maridos e irmãos cumprem pena. Os ônibus tomam o meio-fio e ambulantes acertam os preços das passagens. A última sexta-feira (8) foi diferente — era a viagem para passar o Dia das Mães. A comida estava mais caprichada, a roupa mais bonita, as crianças animadas. O único problema é o preço, além do emocional, que essas mulheres gastam . A reportagem do R7 conversou com algumas delas e todo o custo entre transporte, alimentação e o que precisam levar para quem vão ver pode chegar a R$ 1.000 por fim de semana de visita. Tamires de Cássia visita o marido em Martinópolis há quatro anos e meio, condenado a 20 anos por roubo e outros crimes. Ela diz que o vê uma vez por mês, mas geralmente não leva os três filhos para economizar. — Eu vejo meu marido uma vez por mês porque não tenho condições de pagar os custos toda semana. Falamos o resto do mês por carta. Geralmente vou só com meu filho menor e deixo as mais velhas com a minha mãe. Só de passagem vai R$ 500 para todo mundo, depois mais uns R$ 200 para comprar comida, e ele [ o marido] pede isso e aquilo sempre. As crianças comem no caminho. Só sei que tudo sai uns R$ 1.000. Da Barra Funda até Martinópolis são oito horas de viagem. O mesmo tempo que Maria José leva até Flórida Paulista, onde o marido está preso por roubo, condenado a nove anos. Ela tem uma filha de oito anos. — É assim: você tem que levar tudo o que ele precisa e deixar dinheiro para ele se tiver. Então você gasta até R$ 1.000 com tudo, mas se tiver R$ 1.500 gasta também. Publicidade Joana Dark tem 45 anos e o único filho, de 21 anos, foi preso por tráfico. Ela mora no litoral paulista e viaja praticamente dois dias para chegar ao presídio, em Lavínia. — Eu viajo na quinta-feira para a casa de uma amiga, durmo lá e venho para a Barra Funda de manhã. A visita mesmo é sábado e domingo. Na volta, só chego em casa terça. O caminho é longo. A visita ocorre durante todo o dia do sábado. À noite, as mulheres dormem em lugar separado, uma espécie de galpão, longe dos presos, e voltam no domingo e ficam até depois do almoço, quando encerra. Sobre passar o Dia das Mães no presídio, Joana enche os olhos de lágrima. — Desde que meu menino foi preso, eu não passo o Dia das Mães com a minha mãe. Só com ele, longe do meu marido, longe de todos. Eu só espero que ele cumpra o que deve, mas que depois eu nunca mais precise passar por isso. Quero minha família unida no Dia das Mães. Os presos no litoral paulista, capital e toda a região metropolitana, geralmente ficam nos CDPs (Centro de Detenção Provisória) e são transferidos para o interior do Estado depois de condenados. Leia mais notícias de São Paulo
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Carta de são paulo pra martinópolis leva quantos dia
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