A musica popular brasileira no desfile

Um desfile de superação. A União Jovem de Itacibá, escola de Cariacica, foi a terceira agremiação a entrar no Sambão do Povo, já na madrugada desta sexta-feira (08). A verde e branco enfrentou problemas no carro abre-alas, que precisou ser levado pela força dos braços dos empurradores, e de evolução. Mas, com a força de sua bateria e na garra de sua comunidade, passou orgulhosa pela passarela do samba.

"Estou virada há três dias, trabalhando no nosso barracão. Esse desfile foi a força da nossa comunidade, que abraçou a escola, que nos levou do início ao fim da avenida. Estou muito emocionada", disse a vice-presidente da agremiação, Edilandin Santana.

Defendendo o enredo "Nossos poetas decantam aspectos, facetas e elementos das quatro estações do ano: uma ode sublime às forças da natureza, à cultura e à vida", um passeio pela música popular brasileira retratando as quatro estações do ano, o destaque ficou para a bateria Força Jovem, com bossas (paradinhas) ousadas e até mesmo um "paradão", quando todos os instrumentos param de tocar e a comunidade sustenta o no canto samba da escola.

O enredo apresentado foi uma criação de Fábio Meireles e Bira Meireles que, junto a Edivaldo Ferreira, formaram a comissão de carnaval da escola. Na avenida, muita cor nas fantasias, pois como diz o próprio samba da agremiação: "Minha escola te convida, faz a festa na avenida, nesse lindo visual brincar no colorido do seu carnaval".

Primavera e verão

Florindo a passarela do samba, a União Jovem de Itacibá iniciou seu desfile trazendo a Primavera no primeiro setor. A comissão de frente, trabalho de Fernando Queiróz, inspirada na canção "Céu de Santo Amaro", misturando Johann Sebastian Bach e Flávio Venturini, trouxe o beija-flor, símbolo da escola, representando o pulsar da vida durante a primavera, quando pássaros e insetos fazem a polinização das flores.

O carro abre-alas, Gaia: a mãe terra e berço de toda a vida, teve com inspiração a música "Terra", de Caetano Veloso. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola, Gedilson da Silva e Nívea Pires, se apresentaram aos julgadores representando as forças da natureza. A canção que inspirou as fantasias e a coreografia deles tem esse mesmo nome, "As forças da natureza", composição de João Nogueira e Paulo César Pinheiro, imortalizada na voz de Clara Nunes.

Para a tradicionalíssima ala das baianas, a inspiração veio de Arlindo Cruz, Sereno e Sombrinha, em "Banho de Fé". Entre as componentes, Lorrayne Martins, de apenas 16 anos, e Marilda Souza, de 65 anos. Apaixonada pela agremiação e pelo carnaval, Jô de Jesus, 44 anos, girou sua saia colorida e dançou do início ao fim. "É surreal estar aqui. Estou feliz demais, não existe nada igual. O carnaval está na alma da gente."

O segundo setor da escola apresentou a estação mais quente do ano. E a composição que abriu o setor foi "Canção de Verão", de Beto Guedes. Para a ala das crianças da comunidade, "Milagre dos Peixes", de Fernando Brandt e Milton Nascimento.

Outono e inverno

Quem fez o outono chegar ao terceiro setor da União Jovem de Itacibá foi o clássico "Águas de Março", de Tom Jobim. A rainha de bateria, Shirley de Oliveira, entrou na avenida deslumbrante, vestida de "Frevo Mulher", obra de Zé Ramalho. A bela esbanjou carisma em frente à sua bateria, representando "A força que nunca seca", canção de Chico César de Vanessa da Matta.

Entre os ritmistas comandados pelo mestre Matheus Neri, Rogério Silva de 14 anos, esbanjou vitalidade, enquanto a experiência de seus 72 anos de vida acompanhou Romário Rodrigues. Na ala dos passistas, muito samba no pé com "Yes, Nós temos Bananas", composição de João de Barro, o Braguinha.

No quarto setor, o Inverno chegou "djavaneando" ao Sambão do Povo, inspirado na música "Nem um dia", de Djavan, que ajudou na concepção do segundo carro alegórico da escola. Fechando o desfile a Velha Guarda da agremiação veio inspirada em "Mais Uma Vez", de Flávio Venturini; Renato Russo.

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Em busca do título e do retorno à divisão de elite do Carnaval de São Paulo, a escola de samba Pérola Negra vai levar para o Sambódromo do Anhembi um enredo relacionado a música popular brasileira.

A informação é do carnavalesco Cláudio Cavalcante, o Cebola, recém contratado pela agremiação que em seu último desfile, ficou na terceira colocação do Grupo de Acesso 1.

+ Veja como foi o desfile

Em publicações nas redes sociais, o artista não esconde o entusiasmo em desenvolver seu primeiro trabalho na Joia Rara. Ao que tudo indica, vem aí uma homenagem para um ícone musical. Qual será o nome?

“Segura! Música popular Brasileira vai festejar em uma noite de gala. Oficial Pérola Negra 2023. Chegando a hora comunidade”, escreveu o profissional que foi criado na Vila Vintém, no Rio de Janeiro, e contabiliza passagens pela Camisa Verde e Branco, Tom Maior, Império de Casa Verde, Águia de Ouro, Mancha Verde e Mocidade Independente de Padre Miguel.

A musica popular brasileira no desfile
Sheila Monaco, Cebola e João Ricardo Alexandre. Foto: Reprodução/Facebook/Pérola Negra

Cebola e os enredos que exaltam nomes da música

Desfiles com homenagens a nomes de sucesso no segmento musical é algo frequente nos últimos trabalhos de Cebola. Em 2012, ele exaltou o Tropicalismo com destaque para Caetano, Gil e Rita Lee na Águia de Ouro. Ainda na azul e branca, nos anos seguintes, desenvolveu temáticas com homenagens para João Nogueira e Dorival Caymmi.

Em 2017, quando estreou pela Tom Maior, Cebola levou Milton Nascimento para a Avenida e ajudou a vermelha e amarela a conquistar o vice-campeonato da divisão de Acesso e retornar ao Grupo Especial. No Carnaval seguinte, o desfile relatou a vida e obra da cantora Elba Ramalho e manteve a Tom no principal Grupo de desfiles. Em 2020, pela Mocidade Camisa Verde e Branco, o artista homenageou o cantor Carlinhos Brown.

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No desfile da marca Louis Vuitton ocorrido na terça-feira (30), o rapper Kanye West e o músico e produtor Pharrell Williams acabaram dançando em seus lugares quando tocou a música brasileira Tudo o Que Você Podia Ser. A canção é parte do clássico álbum de MPB Clube da Esquina, obra do grupo musical formado por Milton Nascimento, Toninho Horta, Wagner Tiso, Lô Borges, Beto Guedes e Márcio Borges. 

O evento ocorreu em homenagem ao estilista Virgil Abloh, que morreu no último domingo (28) após lutar contra um angiossarcoma cardíaco, um tipo de câncer raro. Famosos foram a Miami para o desfile que exibiu sua última coleção de primavera-verão. 

A canção que chamou a atenção dos músicos era parte da trilha do desfile organizado por Virgil Abloh. O evento póstumo do estilista se chamou Virgil Was Here (Virgil Esteve Aqui, em tradução livre).

O grupo musical Quarteto em Cy, cuja versão da música foi a escolhida para o evento, comemorou a representatividade brasileira em território internacional, nas redes sociais: "Chegou dezembro e acordamos 'internacionais'. Simplesmente fomos a trilha sonora no desfile da Louis Vuitton, interpretando a música dos irmãos Lô e Márcio Borges, sucesso na voz de Milton Nascimento nos anos 70, Tudo o Que Você Podia ser."