Quais critérios foram utilizados pelo Pedro Pinchas Geiger para regionalizar o Brasil

Divisão do Brasil por critérios econômicos Em 1967, o geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger propôs outra divisão regional do Brasil, em três regiões geoeconômicas ou complexos regionais. Ela se baseia no processo histórico de formação do território brasileiro, levando em conta, especialmente, os efeitos da industrialização. Dessa forma, ela busca refletir a realidade do país e compreender seus mais profundos contrastes. Essa organização regional favorece a compreensão das relações sociais e políticas do país, pois associa os espaços de acordo com suas semelhanças econômicas, históricas e culturais. De acordo com Geiger, são três as regiões geoeconômicas: Amazônia, Centro-Sul e Nordeste. [pic] 1-Amazônia 2-Centro-Sul 3- Nordeste Região geoeconômica Amazônia É a maior das três. Tem aproximadamente 5 milhões de km2, extensão que corresponde a quase 60% do território brasileiro. Compreende todos os Estados da região Norte (com exceção do extremo sul de Tocantins), o oeste do Maranhão e praticamente todo o Mato Grosso. Apesar de sua dimensão, possui o menor número de habitantes do país. Em muitos pontos da região acontecem os chamados "vazios demográficos". A maioria da população está localizada nas duas principais capitais do complexo, Manaus e Belém. Na economia predominam o extrativismo animal, vegetal e mineral. Destacam-se também o pólo petroquímico da Petrobras e a Zona Franca de Manaus, que fabrica a maior parte dos produtos eletrônicos brasileiros. Região geoeconômica Centro-Sul Abrange as regiões Sul e Sudeste (exceto o norte de Minas Gerais), Mato Grosso do Sul , Mato Grosso, Goiás , Distrito Federal e o sul de Tocantins. Compreende aproximadamente 2,2 milhões de km2. É a região mais dinâmica do ponto de vista econômico. São Paulo , Rio de Janeiro e Belo Horizonte são as cidades de maior destaque.

O Centro-Sul é o principal destino de migrantes de diversos pontos do país e onde se encontra cerca de 70% de toda a população brasileira.


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Os Complexos Regionais do Brasil ou Regiões Geoeconômicas do Brasil são uma regionalização criada pelo geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger, na década de 1960. Essa divisão levou em consideração não apenas a localização dos estados, mas seus aspectos naturais e socioeconômicos. O geógrafo criou então três regiões: Região Amazônica, Região Centro-Sul e Região Nordeste.

Quais critérios foram utilizados pelo Pedro Pinchas Geiger para regionalizar o Brasil

Mapa dos complexos regionais (ou regiões geoeconômicas) do Brasil. © InfoEscola

Complexo regional da Amazônia

O complexo regional da Amazônia é a maior das regiões, porém é a menos povoada e seus estados contam com as mais baixas densidades demográficas do país. E uma significativa parcela da população reside nas capitais, sobretudo, em Belém e Manaus.

Esta região compreende os estados:

É uma região em diversidade natural, tem rede fluvial importante e nela está a Floresta Amazônica. As atividades econômicas de maior importância são o extrativismo mineral e vegetal, a agropecuária e a indústria.

Na indústria se destaca a Zona Franca de Manaus, que é uma região industrial que opera pela concessão benefícios especiais para as indústrias que ali se instalaram, como isenção de impostos para produtos industrializados, incentivos fiscais e concessão de terrenos.

A região também é vista como uma importante área da expansão da fronteira agrícola, o que pode agravar o desmatamento da Floresta Amazônica.

  • Leia mais sobre o Complexo regional da Amazônia.

O Complexo Regional do Nordeste abriga cerca de 25% da população brasileira, que está mais concentrada nas capitais litorâneas, e ocupa 20% do território nacional. Foi a primeira região a ser explorada pelos europeus, porém com o passar dos anos, passou por um movimento migratório para o Centro-Sul, e, posteriormente para a Amazônia. Nos últimos anos vem ocorrendo uma tendência de inversão nesse movimento migratório, muito por conta dos investimentos que a região vem recebendo.

Esta região compreende os estados:

A economia da região é baseada na agropecuária, com a produção de cana-de-açúcar, cacau e algodão. Outro destaque é o turismo fruto da grande diversidade de atrações existentes ao longo do litoral da região. A indústria vem ganhando importância em cidades como Feira de Santana (BA), Goiana (PE), Camaçari (BA), e outras.

No Complexo Regional do Nordeste os maiores períodos de estiagem e alguns dos menores índices socioeconômicos do país. Todavia, o complexo regional têm recebido obras para minimizar essas limitações, como, por exemplo, a construção da transposição do Rio São Francisco.

  • Leia mais sobre o Complexo Regional do Nordeste.

É a região mais povoada, desenvolvida economicamente e industrialmente, onde estão situados os grandes centros de gestão econômica e política. No Centro-Sul, se concentra as sedes das corporações privadas que participam da produção, distribuição e circulação de mercadorias.

Esta região compreende os estados:

A região tem infraestrutura desenvolvida, com aeroportos, rodovias, portos e ampla rede rodoferroviária, que possibilita a integração entre os três setores econômicos. A região experimentou a modernização agrícola constituindo-se na principal região exportadora de commodities no país.

É a região mais urbanizada e abriga as principais capitais do país, como Rio de Janeiro e São Paulo e capital do país, Brasília. No entanto, apesar de desenvolvida e de centralizar grande parte da produção do PIB do país, é a região onde encontramos os mais expressivos índices de desigualdade social do Brasil, com uma má distribuição de renda, de qualidade de vida e de consumo.

  • Leia mais sobre o Complexo regional do Centro-Sul.

Leia também:

  • Povoamento e ocupação do território brasileiro

Fontes:

NASCIMENTO, Getulino. Os complexos regionais do Brasil. Disponível em: https://www.getulionascimento.com/news/complexos-regionais/. Acesso em: 22 de maio de 2019.

ROCHA, Aristotelina Pereira Barreto; A Geografia Regional do Brasil. Natal-RN: Ed.EDUFRN, 2.ed, 2011. 312p.

BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Divisão regional do Brasil em regiões geográficas imediatas e regiões geográficas intermediárias. IBGE, Coordenação de Geografia. Rio de Janeiro, 2017.

Em 1967, o geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger propôs uma divisão regional do país em regiões geoeconômicas ou complexos regionais. Essa divisão baseia-se no processo histórico de formação do território brasileiro, levando em conta, especialmente, os efeitos da industrialização. Dessa forma, busca-se refletir a realidade do país e compreender seus mais profundos contrastes.

Disponível em: http://educacao.uol.com.br. Acesso em: 23ago. 2012 (adaptado).

A divisão oficial do Brasil em cinco regiões foi criada, em 1969, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Mas, antes disso, em 1967, o geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger já havia proposto uma outra divisão regional do país, em três regiões geoeconômicas ou complexos regionais.

Ela se baseia no processo histórico de formação do território brasileiro, levando em conta, especialmente, os efeitos da industrialização. Dessa forma, ela busca refletir a realidade do país e compreender seus mais profundos contrastes.

De acordo com Geiger, são três as regiões geoeconômicas: Amazônia, Centro-Sul e Nordeste.

Essa organização regional favorece a compreensão das relações sociais e políticas do país, pois associa os espaços de acordo com suas semelhanças econômicas, históricas e culturais.

Modelo contemporâneo

Diferentemente da divisão proposta pelo IBGE, os complexos regionais não se limitam apenas às fronteiras entre os Estados. Nessa regionalização, o norte de Minas Gerais, por exemplo, encontra-se no Nordeste, enquanto o restante do território mineiro está localizado no Centro-Sul.

Observe os três complexos no mapa abaixo:

  • Quais critérios foram utilizados pelo Pedro Pinchas Geiger para regionalizar o Brasil

    1) Amazônia, 2) Centro-Sul, 3) Nordeste

Essa organização regional é muito útil para a geografia, pois oferece uma nova maneira de entender a história da produção do espaço nacional.

Região geoeconômica Amazônia

É a maior das três. Tem aproximadamente 5 milhões de km2, extensão que corresponde a quase 60% do território brasileiro. Compreende todos os Estados da região Norte (com exceção do extremo sul de Tocantins), o oeste do Maranhão e praticamente todo o Mato Grosso.

Apesar de sua dimensão, possui o menor número de habitantes do país. Em muitos pontos da região acontecem os chamados "vazios demográficos". A maioria da população está localizada nas duas principais capitais do complexo, Manaus e Belém.

Na economia predominam o extrativismo animal, vegetal e mineral. Destacam-se também o pólo petroquímico da Petrobras e a Zona Franca de Manaus, que fabrica a maior parte dos produtos eletrônicos brasileiros.

Região geoeconômica Centro-Sul

Abrange as regiões Sul e Sudeste (exceto o norte de Minas Gerais), Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal e o sul de Tocantins. Compreende aproximadamente 2,2 milhões de km2.

É a região mais dinâmica do ponto de vista econômico. São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte são as cidades de maior destaque.

O Centro-Sul é o principal destino de migrantes de diversos pontos do país e onde se encontra cerca de 70% de toda a população brasileira.

Possui a economia mais diversificada, baseada na agricultura de exportação e, principalmente, na indústria. É responsável pela produção da maior parte do Produto Interno Bruto nacional.

Região geoeconômica Nordeste

Com uma área de aproximadamente 1,5 milhões de quilômetros quadrados, é a segunda do país em população. Inclui todo o Nordeste da divisão oficial (com exceção do oeste do Maranhão) e o norte de Minas Gerais, onde se localiza o Vale do Jequitinhonha.

Historicamente, é a mais antiga do Brasil. É também a mais pobre das regiões, com números elevados de mortalidade infantil, analfabetismo, fome e subnutrição.

Assim como acontece em grande parte do território brasileiro, a população nordestina é mal distribuída. Cerca de 60% fica concentrada na faixa litorânea e nas principais capitais. Já no sertão e no interior, os níveis de densidade populacional são baixos, devido, em grande parte, à seca.

Contudo, possui muitas riquezas históricas e culturais, tanto do ponto de vista arquitetônico, como de costumes e tradições.