A percepção ambiental como objeto de construção a Educação Ambiental

A percepção ambiental como objeto de construção a Educação Ambiental

como as diferentes formas de cultura e valores para compreendermos a relação existente entre o homem e o meio ambiente. Educação Ambiental e percepção ambiental A Educação Ambiental surge na segunda metade do século XX, como um propósito à crise ambiental nas décadas de 1950 e 1980. Neste período, a sociedade se encontrava em um momento de vasto crescimento industrial, fato esse que se se relacionava ao impacto das ações do homem no ambiente. Contudo, tais acontecimentos promovem na população da época a incerteza de um futuro possível. Assim, o movimento dos trabalhadores, hippies, das mulheres, dos negros, da contracultura, das minorias raciais, provenientes principalmente da população de classe média, sentem sua qualidade de vida ameaçada pelos problemas ambientais. Via-se a qualidade de vida afetada e havia uma necessidade em se colocar limites ambientais e sociais no que se relacionava Revbea, São Paulo, V. 12, No 2: 67-78, 2017. revista brasileira de educação ambiental 73 ao capitalismo industrial, pois a sociedade estava em crescente escalão consumista (DIEGUES, 1992). Com base neste pressuposto, a Educação Ambiental passa a ser recomendação universal, no intuito de propor ações educativas de informação. A esse proposto, a Declaração sobre Meio Ambiente, 1972, princípio 19, prevê que: É de fundamental importância um esforço para a educação em questões ambientais, dirigida tanto às gerações jovens como aos adultos e que preste a devida atenção ao setor da população menos privilegiado, para fundamentar as bases de uma opinião pública bem informada, e de uma conduta dos indivíduos, das empresas e das coletividades inspirada no sentido de sua responsabilidade sobre a proteção e melhoramento do meio ambiente em toda sua dimensão humana. É igualmente essencial que os meios de comunicação de massa evitem contribuir para a deterioração do meio ambiente humano e, ao contrário, difundam informação de caráter educativo sobre a necessidade de protegê-lo e melhorá-lo, a fim de que o homem possa desenvolver-se em todos os aspectos (UNESCO Declaração sobre Meio Ambiente, 1972, p.5). Considera-se, mediante tal fato, que a tomada de consciência passa a ser um fator fulminante para que o sujeito possa iniciar seu processo educativo e, por meio desse, o processo de Educação Ambiental, o qual está internalizado em cada sujeito por meio da Percepção Ambiental. Portanto, na prática da Educação Ambiental, a percepção do sujeito é estimulada e este passa a perceber o que está a sua volta e criar sua própria interpretação sobre o mundo vivido. Todavia, este se torna apto a compreender os problemas ambientais e analisá-los, fundamentado em seus valores culturais e em conhecimentos científicos socializados pela escola. Ora, a percepção do ambiente, as imagens, seus significados, as impressões absorvidas e os laços afetivos são individuais de ser humano. Portanto, as diferentes percepções do mundo são interpretadas de diferentes maneiras, pois os processos cognitivos envolvidos neste processo são particulares de cada sujeito (MELAZO, 2005). Desse modo, a Percepção Ambiental possibilita que o sujeito se torne parte integrante do processo de aprendizagem, uma vez que, por meio da percepção, este passe a compreender o meio em que vive e suas relações com este, promovendo a conscientização e, assim, respostas a novos paradigmas ambientais. Revbea, São Paulo, V. 12, No 2: 67-78, 2017. revista brasileira de educação ambiental 74 Educação Ambiental e consciência Quando estabelecemos uma relação entre Educação Ambiental e sociedade, pode-se perceber que ambas se correlacionam, conduzindo o sujeito a refletir sobre as questões ambientais e pensar conscientemente as relações entre o homem e o meio ambiente. No entanto, na prática da Educação Ambiental, a percepção ambiental do sujeito é estimulada e este passa a perceber o que está a sua volta e criar sua própria interpretação sobre o mundo vivido. Segundo Dias, (2004) a Educação Ambiental: [...] é considerada um processo permanente pelo qual o indivíduo e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem o conhecimento, os valores, as habilidades, as experiências e a determinação que os torna aptos a agir – individual e coletivamente - e resolver problemas ambientais presentes e futuros (DIAS, 2004, p.148). Entende-se, portanto, que a Educação Ambiental é um instrumento para no qual o sujeito estabelecerá a compreensão para o processo de formação de consciência, voltada para sua forma de interpretar relações estabelecidas com o meio ambiente. Entretanto, paremos para refletir sobre como tem sido visto o perfil da Educação Ambiental, desde o momento em que esta é compreendida pelo professor, ou seja, como instrumento no qual as “pessoas que não estão conscientizadas” [grifo no original] (Sato, 2001, p.1) passem talvez a uma consciência de fato, esquecendo-nos que o processo de conscientização tem de ser algo construído a partir de como o sujeito interpreta o meio ambiente e suas interações com este. Neste contexto, Sato (2001) elucida: Geralmente, quando perguntamos às/aos professor@s3 a razão da EA ainda não ser bem-sucedida em espaços escolarizados, a resposta imediata é: “porque as pessoas não estão `conscientizadas´ dos problemas ambientais”. Esta representação da maioria leva-nos a crer que a EA é ainda compreendida como um instrumento metodológico da gestão ambiental, ao invés de ter sua essência ontoepistemológica, propriamente dita. A dimensão ambiental é percebida, mas não se inscreve em uma prática pedagógica transformadora (SATO, 2001, p.19). No entanto, os atuais resultados encontrados para a Educação Ambiental nos mostra, ilusoriamente, que o trabalho visto de uma óptica 3 Conforme a recomendação internacional da rede de Gênero, a autora se utiliza da simbologia “@”para evitar a linguagem sexista presente no texto. (SATO, 2001). Revbea, São Paulo, V. 12, No 2: 67-78, 2017. revista brasileira de educação ambiental 75 individualista é capaz de nos fornecer resultados plausíveis com o que se espera da Educação Ambiental implementada nas escolas. Faz-se necessário repensar o modo de se conceber este processo, em que: [...] é preciso pensar em práticas sociais e educativas que problematizem a ilusão de que a nossa atuação termina com ações e que não depende da interação que provoca, com e nas demais atuações de outros operadores sociais do sistema de garantia de direitos como um todo (políticas sociais básicas, de assistência, de garantia de direitos). Faz-se necessário pensar num trabalho conectado entre diferentes atores que podem possibilitar uma visão holística e ecossistêmica de seres unos e complexos, tanto nos seus registros mentais como sociais (YUNES; JULIANO, 2012, p.371). A Educação Ambiental é uma área do conhecimento que propõe a formação das pessoas e que estas sejam capazes de enfrentar criticamente a exploração desenfreada dos recursos naturais e o exaurimento da humanidade. No processo de Educação Ambiental, muito se fala na promoção de consciência, porém não podemos deixar de destacar, como ressalta Sato (2001, p.20), que “o mundo social não funciona apenas em termos de consciência, mas também de práticas”. Deste modo, a Educação Ambiental deve ser vista para transformar, tornar-se prática,

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FENOMENOLOGIA: A PERCEPÇÃO AMBIENTAL COMO OBJETO DE CONSTRUÇÃO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL Mirela Ramos Moimaz Helbel 1 Carla Luciane Blum Vestena 2 Resumo: A Teoria da Percepção surge como uma das correntes do movimento renovação. Este pensamento se aproxima da psicologia e das formulações fenomenológicas. A fenomenologia e a percepção colocam o homem e suas interpretações sobre os lugares em evidência, simultaneamente lhes dando sentido, cabendo à compreensão das relações que estes estabelecem com os lugares. Neste contexto, o presente artigo procura abordar algumas pressuposições da fenomenologia e tenta fazer uma aproximação entre a percepção e a Educação Ambiental, que tem como tarefa vincular informações para a. Desta forma, a Educação Ambiental se encontra entrelaçada com a percepção on o papel da é consirar os saberes do sujeito elaborando respostas para novos paradigmas ambientais. Palavras-chave: Evolução; Teoria da Relativida; Aparelho Psíquico; Educação Ambiental. 1 Mestre em Geografia pela UNICENTRO. Docente da Universida Pitágoras Unopar. E-mail: 2 Doutora em Educação pela UNESP/SP-Marília. Docente do Departamento Educação e dos Programas Pós-Graduação em Geografia e Educação da UNICENTRO. Bolsista F.A./CAPES Pós-doutorado, [School of Education], Universida Durham, UK. E-mail: 67

Introdução A Teoria da Percepção sofreu influência das formulações fenomenológicas Martin Heigger e Edmund Husserl, na Alemanha no final do século XIX. Esta teoria valoriza a construção subjetiva da noção do espaço. A contextualização socieda e natureza garantiram uma multidisciplinarida sses estudos na reconstrução dos conceitos como horizonte geográfico, lugar, sociabilida e percepção espaço e dimensionaram a socieda sob a ótica ista em foco. Tal corrente epistemológica do pensamento evincia a importância do sujeito na elaboração do processo formação do conhecimento. Portanto, ao contrapor-se ao positivismo lógico Augusto Comte, a Fenomenologia estabelece uma nova relação firmada na existência interação entre o homem e meio ambiente. A esse respeito, Husserl acreditava que a realida não se encontrava fora da consciência do sujeito. Husserl usa a fenomenologia como caminho para tornar a Filosofia uma ciência rigorosa, mas modo distinto das outras ciências naturais. Em sua obra Ias (1962) o autor pressupõe um mundo autônomo, fora do pensamento humano. Assim, tal corrente busca estudar a compreensão da consciência dos seres humanos sobre as "coisas" ou objetos circundantes ao meio que estes habitam no mundo. Em outro sentido, a Fenomenologia se utiliza da base investigativa o campo da consciência a nível pré-conceitual, a fim oportunizar a scrição da realida. Nos Estados Unidos, a partir das influências da Fenomenologia, Yi-Fu Tuan cria a teoria da Topofilia, a qual quer dizer, amor aos lugares (topo = lugar, filia = amor). Trata-se um sentimento estritamente particular, on cada um estabelece sentimentos únicos, ao levar em conta a interpretação dos lugares e o sentido que estes os dão. Trata-se então compreenr como cada sujeito constrói suas relações com os lugares. Todavia, a Topofilia é o elo afetivo entre a pessoa e o lugar ou ambiente físico. Difuso com conceito, vívido e concreto como experiência pessoal (TUAN, 1983, p.5). Desse modo, Tuan estuda a percepção dos sujeitos em terminados espaços geográficos e, assim, publica as obras: Paisagens do Medo, on o autor aborda questões interesse permanente, como: o que significa ser gente e como é viver neste mundo? Ressalta o medo como algo subjetivo, sendo que certos tipos medos perseguem crianças, outros surgem apenas durante a fase da adolescência e outros ainda na maturida. O medo está explícito formas variáveis em todos os estudos da história da humanida e Paisagens do Medo é um tópico esclarecedor para todas estas possíveis questões. Em Morality and Imagination, Yi-Fu Tuan questiona o indivíduo como sendo moral e imaginativo, estabelecendo relações entre a socieda ocintal na qual a pessoa moral ten a ser consirada como simples e ingênua. Em contraste a esta, a pessoa imaginativa como a ser susceptível, fantasioso e fora contato com a realida. Em Passing Strange and Wonrful, a sabedoria convencional sugere que experiências estéticas são 68

importantes apenas após as necessidas mais básicas forem atingidas. Yi-Fu Tuan monstra que esse sentimento e beleza são partes essenciais da vida e da socieda. A estética é mostrada para ser não apenas um aspecto da cultura, mas o seu núcleo central. Enten-se, sta maneira, que o estudo da Percepção Ambiental se relaciona a formas distintas perceber ou sentir o espaço vivido, pois cada sujeito constrói seus valores ao se relacionar consigo mesmo e com o que o cerca. Por isso, fazemos uso do termo Percepção Ambiental no sentido amplo da palavra e pretenmos explorar a importância da Percepção Ambiental na prática da Educação Ambiental, por oportunizar ao sujeito o estudo reflexivo das questões ambientais e a tomada consciência do meio ambiente. Os estudos da percepção e os processos cognitivos Sabemos que os indivíduos estabelecem relações com os lugares e que estes alguma forma significam algo para eles. Com base nestas relações entre indivíduos e lugares, cabe à percepção pesquisar e interpretar simultaneamente como estes dão sentido a estes lugares. Segundo Tuan: Percepção é tanto a resposta dos sentidos aos estímulos externos, como a ativida proposital, na qual certos fenômenos são claramente registrados, enquanto outros retrocem para a sombra ou são bloqueados. Muito do que percebemos tem valor para nós, para a sobrevivência biológica, e para propiciar algumas satisfações que estão enraizadas na cultura (TUAN,1983, p 4). Por meio da percepção, um indivíduo é capaz interpretar e organizar o significado que o meio lhe estabelece. A percepção consiste na aquisição, interpretação, seleção e organização das informações obtidas pelos sentidos. Po ser estudada do ponto vista biológico, ao qual caberia o envolvimento estímulos elétricos em que há uma ligação direta com os órgãos dos sentidos e ainda psicológica e cognitiva que envolve os processos mentais com enfoque em memórias e mais aspectos salientados na informação dados percebidos. São as sensações estabelecidas por meio dos processos cognitivos que nos dão impressões, ou seja, nos permite interpretar e dar sentido e, simultaneamente, empregar valor a um terminado lugar. Isso faz com que o estudo da percepção se torne inúmeras vezes difícil, pois estes valores pom estar relacionados a diferentes níveis em que pom ser ecológicos, econômicos ou estéticos. 69

Pomos estudar a percepção por meio da cognição do ponto vista no qual os processos conhecimento do meio se estabelecem com os processos compreensão que estes têm com o meio. Estes processos cognitivos são o conjunto processos metais usados na compreensão dos pensamentos que são capazes estabelecer soluções para problemas originalmente criados por meio da relação homem e natureza. Pomos dizer que os processos cognitivos são a forma na qual o cérebro percebe e apren todo tipo informação captada por meio dos órgãos dos sentidos. O homem é um indivíduo predominantemente visual. "O mundo percebido pelos olhos é mais abstrato que o conhecido por nós, por meio dos outros sentidos" (Tuan, 1983, p. 55). Isso porque, todos os órgãos, a visão é consirada como o maior relevância, pois este nos proporciona sermos vistos. A visão nos permite aprimorar a visão do mundo. O tato, por sua vez, junta a precisão com a força proporcionando, assim, absorver gran informação sobre seu meio. Isso somente é possível graças à presença receptores localizados da camada mais externa da pele, pois estes são capazes intificar sensações prazer dor. Nossa audição nos permite intificar sons que estão a nossa volta e distingui-los entre fracos e fortes, graves e agudos e interpretá-los em uma sequência transformações até chegarem ao nosso cérebro por meio receptores sons. O olfato nos proporciona a capacida captar odores, fazendo-nos adaptarmos mais facilmente nele, uma vez que o olfato nos proporciona o aparecimento lembranças armazenadas em nossa memória. Um odor sentido uma única vez na vida po estar vinculado a um fato especifico e guardado em nossa memória por toda a vida. No paladar também pomos encontrar sensações já vividas, uma vez que, assim como no olfato se encontra o cheiro, no paladar, as lembranças dos gostos já sentidos durante um terminado tempo da viva têm a capacida ficarem armazenados em nossas memórias e trazer-nos lembranças sobre um dado momento. Isto graças às papilas gustativas encontradas na língua que também, por meio receptores, enviam mensagens a nosso cérebro fazendonos estabelecer uma conexão com o tempo vivido e as sensações nele envolvidas. Não pomos esquecer que a percepção ocorre forma individual e está relacionada às diferentes personalidas, à ida, às experiências, aos aspectos socioambientais, à e à herança biológica. Salientamos, sta forma, que o processo percepção está relacionado diretamente com as sensações que este estabelece com o meio ambiente, sem ixarmos stacar os processos simbólicos estabelecidos por cada indivíduo em seu nicho, bem como as diferentes formas cultura e valores para compreenrmos a relação existente entre o homem e o meio ambiente. 70

Os estudos da percepção e os processos cognitivos Sabemos que os indivíduos estabelecem relações com os lugares e que estes alguma forma significam algo para eles. Com base nestas relações entre indivíduos e lugares, cabe à percepção pesquisar e interpretar simultaneamente como estes dão sentido a estes lugares. Segundo Tuan, percepção é tanto a resposta dos sentidos aos estímulos externos, como a ativida proposital, na qual certos fenômenos são claramente registrados, enquanto outros retrocem para a sombra ou são bloqueados. Muito do que percebemos tem valor para nós, para a sobrevivência biológica, e para propiciar algumas satisfações que estão enraizadas na cultura (TUAN,1983, p 4). Por meio da percepção, um indivíduo é capaz interpretar e organizar o significado que o meio lhe estabelece. A percepção consiste na aquisição, interpretação, seleção e organização das informações obtidas pelos sentidos. Po ser estudada do ponto vista biológico, ao qual caberia o envolvimento estímulos elétricos em que há uma ligação direta com os órgãos dos sentidos e ainda psicológica e cognitiva que envolve os processos mentais com enfoque em memórias e mais aspectos salientados na informação dados percebidos. São as sensações estabelecidas por meio dos processos cognitivos que nos dão impressões, ou seja, nos permite interpretar e dar sentido e, simultaneamente, empregar valor a um terminado lugar. Isso faz com que o estudo da percepção se torne inúmeras vezes difícil, pois estes valores pom estar relacionados a diferentes níveis em que pom ser ecológicos, econômicos ou estéticos. Pomos estudar a percepção por meio da cognição do ponto vista no qual os processos conhecimento do meio se estabelecem com os processos compreensão que estes têm com o meio. Estes processos cognitivos são o conjunto processos metais usados na compreensão dos pensamentos que são capazes estabelecer soluções para problemas originalmente criados por meio da relação homem e natureza. Pomos dizer que os processos cognitivos são a forma na qual o cérebro percebe e apren todo tipo informação captada por meio dos órgãos dos sentidos. O homem é um indivíduo predominantemente visual. "O mundo percebido pelos olhos é mais abstrato que o conhecido por nós, por meio dos outros sentidos" (Tuan, 1983, p.55). Isso porque, todos os órgãos, a visão é consirada como o maior relevância, pois este nos proporciona sermos vistos. A visão nos permite aprimorar a visão do mundo. 71

O tato, por sua vez, junta a precisão com a força proporcionando, assim, absorver gran informação sobre seu meio. Isso somente é possível graças à presença receptores localizados da camada mais externa da pele, pois estes são capazes intificar sensações prazer dor. Nossa audição nos permite intificar sons que estão a nossa volta e distingui-los entre fracos e fortes, graves e agudos e interpretá-los em uma sequência transformações até chegarem ao nosso cérebro por meio receptores sons. O olfato nos proporciona a capacida captar odores, fazendo-nos adaptarmos mais facilmente nele, uma vez que o olfato nos proporciona o aparecimento lembranças armazenadas em nossa memória. Um odor sentido uma única vez na vida po estar vinculado a um fato especifico e guardado em nossa memória por toda a vida. No paladar também pomos encontrar sensações já vividas, uma vez que, assim como no olfato se encontra o cheiro, no paladar, as lembranças dos gostos já sentidos durante um terminado tempo da viva têm a capacida ficarem armazenados em nossas memórias e trazer-nos lembranças sobre um dado momento. Isto graças às papilas gustativas encontradas na língua que também, por meio receptores, enviam mensagens a nosso cérebro fazendonos estabelecer uma conexão com o tempo vivido e as sensações nele envolvidas. Não pomos esquecer que a percepção ocorre forma individual e está relacionada às diferentes personalidas, à ida, às experiências, aos aspectos socioambientais, à e à herança biológica. Salientamos, sta forma, que o processo percepção está relacionado diretamente com as sensações que este estabelece com o meio ambiente, sem ixarmos stacar os processos simbólicos estabelecidos por cada indivíduo em seu nicho, bem como as diferentes formas cultura e valores para compreenrmos a relação existente entre o homem e o meio ambiente. Educação Ambiental e percepção A Educação Ambiental surge na segunda meta do século XX, como um propósito à crise nas décadas 1950 e 1980. Neste período, a socieda se encontrava em um momento vasto crescimento industrial, fato esse que se se relacionava ao impacto das ações do homem no ambiente. Contudo, tais acontecimentos promovem na população da época a incerteza um futuro possível. Assim, o movimento dos trabalhadores, hippies, das mulheres, dos negros, da contracultura, das minorias raciais, provenientes principalmente da população classe média, sentem sua qualida vida ameaçada pelos problemas ambientais. Via-se a qualida vida afetada e havia uma necessida em se colocar limites ambientais e sociais no que se relacionava 72

ao capitalismo industrial, pois a socieda estava em crescente escalão consumista (DIEGUES, 1992). Com base neste pressuposto, a Educação Ambiental passa a ser recomendação universal, no intuito propor ações educativas informação. A esse proposto, a Declaração sobre Meio Ambiente, 1972, princípio 19, prevê que: É fundamental importância um esforço para a em questões ambientais, dirigida tanto às gerações jovens como aos adultos e que preste a vida atenção ao setor da população menos privilegiado, para fundamentar as bases uma opinião pública bem informada, e uma conduta dos indivíduos, das empresas e das coletividas inspirada no sentido sua responsabilida sobre a proteção e melhoramento do meio ambiente em toda sua dimensão humana. É igualmente essencial que os meios comunicação massa evitem contribuir para a terioração do meio ambiente humano e, ao contrário, difundam informação caráter educativo sobre a necessida protegê-lo e melhorá-lo, a fim que o homem possa senvolver-se em todos os aspectos (UNESCO Declaração sobre Meio Ambiente, 1972, p.5). Consira-se, mediante tal fato, que a tomada consciência passa a ser um fator fulminante para que o sujeito possa iniciar seu processo educativo e, por meio sse, o processo Educação Ambiental, o qual está internalizado em cada sujeito por meio da Percepção Ambiental. Portanto, na prática da Educação Ambiental, a percepção do sujeito é estimulada e este passa a perceber o que está a sua volta e criar sua própria interpretação sobre o mundo vivido. Todavia, este se torna apto a compreenr os problemas ambientais e analisá-los, fundamentado em seus valores culturais e em conhecimentos científicos socializados pela escola. Ora, a percepção do ambiente, as imagens, seus significados, as impressões absorvidas e os laços afetivos são individuais ser humano. Portanto, as diferentes percepções do mundo são interpretadas diferentes maneiras, pois os processos cognitivos envolvidos neste processo são particulares cada sujeito (MELAZO, 2005). Desse modo, a Percepção Ambiental possibilita que o sujeito se torne parte integrante do processo aprendizagem, uma vez que, por meio da percepção, este passe a compreenr o meio em que vive e suas relações com este, promovendo a conscientização e, assim, respostas a novos paradigmas ambientais. 73

Educação Ambiental e consciência Quando estabelecemos uma relação entre Educação Ambiental e socieda, po-se perceber que ambas se correlacionam, conduzindo o sujeito a refletir sobre as questões ambientais e pensar conscientemente as relações entre o homem e o meio ambiente. No entanto, na prática da Educação Ambiental, a percepção do sujeito é estimulada e este passa a perceber o que está a sua volta e criar sua própria interpretação sobre o mundo vivido. Segundo Dias, (2004) a Educação Ambiental: [...] é consirada um processo permanente pelo qual o indivíduo e a comunida tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem o conhecimento, os valores, as habilidas, as experiências e a terminação que os torna aptos a agir individual e coletivamente - e resolver problemas ambientais presentes e futuros (DIAS, 2004, p.148). Enten-se, portanto, que a Educação Ambiental é um instrumento para no qual o sujeito estabelecerá a compreensão para o processo formação consciência, voltada para sua forma interpretar relações estabelecidas com o meio ambiente. Entretanto, paremos para refletir sobre como tem sido visto o perfil da Educação Ambiental, s o momento em que esta é compreendida pelo professor, ou seja, como instrumento no qual as pessoas que não estão conscientizadas [grifo no original] (Sato, 2001, p.1) passem talvez a uma consciência fato, esquecendo-nos que o processo conscientização tem ser algo construído a partir como o sujeito interpreta o meio ambiente e suas interações com este. Neste contexto, Sato (2001) elucida: Geralmente, quando perguntamos às/aos professor@s 3 a razão da EA ainda não ser bem-sucedida em espaços escolarizados, a resposta imediata é: porque as pessoas não estão `conscientizadas dos problemas ambientais. Esta representação da maioria leva-nos a crer que a EA é ainda compreendida como um instrumento metodológico da gestão, ao invés ter sua essência ontoepistemológica, propriamente dita. A dimensão é percebida, mas não se inscreve em uma prática pedagógica transformadora (SATO, 2001, p.19). No entanto, os atuais resultados encontrados para a Educação Ambiental nos mostra, ilusoriamente, que o trabalho visto uma óptica 3 Conforme a recomendação internacional da re Gênero, a autora se utiliza da simbologia @ para evitar a linguagem sexista presente no texto. (SATO, 2001). 74

individualista é capaz nos fornecer resultados plausíveis com o que se espera da Educação Ambiental implementada nas escolas. Faz-se necessário repensar o modo se conceber este processo, em que: [...] é preciso pensar em práticas sociais e educativas que problematizem a ilusão que a nossa atuação termina com ações e que não pen da interação que provoca, com e nas mais atuações outros operadores sociais do sistema garantia direitos como um todo (políticas sociais básicas, assistência, garantia direitos). Faz-se necessário pensar num trabalho conectado entre diferentes atores que pom possibilitar uma visão holística e ecossistêmica seres unos e complexos, tanto nos seus registros mentais como sociais (YUNES; JULIANO, 2012, p.371). A Educação Ambiental é uma área do conhecimento que propõe a formação das pessoas e que estas sejam capazes enfrentar criticamente a exploração senfreada dos recursos naturais e o exaurimento da humanida. No processo Educação Ambiental, muito se fala na promoção consciência, porém não pomos ixar stacar, como ressalta Sato (2001, p.20), que o mundo social não funciona apenas em termos consciência, mas também práticas. Deste modo, a Educação Ambiental ve ser vista para transformar, tornar-se prática, senvolver sujeitos que se preocupem com o meio ambiente e entenr que o ser humano necessita do meio ambiente para sua sobrevivência. Práticas por meio da Educação Ambiental Deparamo-nos com o esgotamento da práxis da Educação Ambiental em tentar novas metodologias para senvolver suas propostas forma a atenr o que se espera sta. A Educação Ambiental ten a ser vista como parte das formulações pedagógicas nas quais atenm os anseios da socieda para um mundo cada vez mais carente recursos naturais, ntre elas a poluição e falta água, a gradação do solo e o acúmulo resíduos. De acordo com Silva (2001), contribuir com a transformação social e com a construção práxis pedagógicas inovadoras são pilares estruturantes da Educação Ambiental Crítica. Construir metodologias aquadas as suas características monstram a complexida ser coerente com o que fen (SILVA, 2001, p.3). No entanto, a Educação Ambiental, por mais que se esforce para manter seu papel criticida perante os sujeitos a qual ela está direcionada a cientificar, na gran maioria das vezes, tem seu objetivo não alcançado, pois 75

tem seus processos construção metodológicos baseados em uma complexa gama informações relacionadas a questões ambientais conscientização. Diante ste pressuposto, talvez vêssemos levantar o seguinte questionamento: Será que a Educação Ambiental implementada em nossas escolas tem cumprido com seu papel formar sujeitos criticamente aptos a tomar cisões práticas, as quais reflitam em uma socieda mente sustentável? Deste modo, cabe-nos elucidar que entre os objetivos estabelecidos pela Política Nacional Educação Ambiental, art. 5 da Lei 9795/99, encontra-se: a. senvolvimento uma compreensão integrada do meio ambiente, em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos. b. garantia da mocratização das informações ambientais; c. estímulo e fortalecimento uma consciência crítica sobre problemática e social. Desta forma, a Educação Ambiental anota a compromisso se gerar a reflexão do sistema social vigorante que termina as situações e proporciona aos sujeitos condições para o exercício da cidadania. É, sobretudo, na busca da compreensão da questão que emerge a importância do bate, da reflexão e na construção da sustentabilida que só se permite por meio respostas práticas. O saber implica na incerteza, na consciência que a crise afeta toda a humanida, em nível mundial e, é por meio ste contexto, que a Educação Ambiental se constitui em um instrumento fundamental para a transformação da realida socio, quando aborda as questões ambientais uma forma integrada, complexa e interdisciplinar e dialoga com os diferentes saberes numa perspectiva crítica. Deste modo, a Educação Ambiental ve ser uma prática educativa que busque a autonomia do sujeito frente às cisões referentes ao ambiente ao qual se encontra introduzido. Todavia, para concretizar como a Educação Ambiental em resultados práticos se torna imprescindível, vemos aumentar a nossa visão e reconhecer o meio ambiente como um espaço inter-relações existentes entre a socieda e a natureza. Guimarães (1995) explana que: [...] a integração entre o ser humano e ambiente e se conscientize que o ser humano é natureza e não apenas parte la. Ao assimilar a visão (holística), a noção dominação do ser humano sobre o meio ambiente per o seu valor, já que estando integrado em uma unida (ser humano/natureza) inexiste a dominação alguma sobre a outra, pois já não há mais separação (GUIMARÃES,1995, p. 30). 76

Pomos compreenr a importância do entendimento do verdairo significado da Educação Ambiental diante da sua contextualização, na busca uma relação entre sujeito e práticas, diante das crises ambientais e para a busca inclusões valores humanos que se insiram em um domínio para melhoria social. Quando pensamos a Educação Ambiental, temos nos permitir construí-la e reconstruí-la por meio metodologias variadas, as quais atinjam os sujeitos envolvidos neste processo, para que estes se tornem aptos a refletir criticamente as questões ambientais a partir da realida vivenciada em busca transformações. Consirações finais A Fenomenologia subsidia teoricamente a Teoria da Percepção que aborda as relações que o sujeito estabelece com o meio ambiente por meio seus processos cognitivos e sociais ao oportunizar a compreensão do mundo observado pelo sujeito. Quando estabelecemos uma relação entre a Percepção Ambiental e Educação Ambiental, po-se perceber que ambas se correlacionam. Esta conduz o sujeito a refletir sobre as questões ambientais e pensar consciente as relações entre o homem e o meio ambiente enquanto aquela, a percepção trata compreenr as modalidas segundo as quais os seres humanos constroem suas relações com os lugares, quer eles sejam simbólicos, constitutivos intida ou mais banais e familiares. Desta forma, a Educação Ambiental se torna uma prática social educativa que tem como objetivo gerar uma relação que possibilite o entendimento do sujeito sobre a realida e suas ações com o meio ambiente. Esta abordagem se baseia na interdisciplinarida, nos conhecimentos científicos e também consira os saberes locais e populares vivenciados por cada sujeito em seu espaço. Nota-se, no entanto, que não basta pensar a Educação Ambiental uma forma consciente. Não se ensina consciência a alguém, a consciência é fruto do entendimento que o sujeito tem em relação a terminado fato, sendo papel do processo da Educação Ambiental proporcionar a aplicabilida stas informações para que estas tenham uma difusão prática e possibilite uma socieda mente crítica capaz tomar cisões as quais reflitam em melhorias ambientais. Para que a Educação Ambiental seja realmente eficiente a atinja os objetivos propostos, tem ser dimensionada a um âmbito maior do que o formadora consciência. É preciso que proporcione uma visão da realida em que se encontra, reflita em práticas sociais que manm um trabalho integrado entre os diversos setores da socieda e garanta à Educação Ambiental a assistência e direitos necessários para que esta se senvolva no âmbito atingir uma nova perspectiva em nível novas práticas. 77

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