O que foi comparado a uma arvore

O que foi comparado a uma arvore

Foto: John Medcraft

Por Fabrícia Soares

[Eclesiastes 11.6; Jeremias 17.8; Lucas 6. 43-45]

Andamos sempre com pressa, sempre preocupados, não temos tempo nem para “observar os lírios dos campos”. Corremos atrás de tudo que julgamos necessário e esperamos tudo o que nos deixariam felizes.

O fruto de uma árvore é apenas a consequência de um dedicado trabalho em preparar a terra e semear, assim como as boas obras daquele que “nasceu de novo” é o resultado de uma vida em crescimento espiritual.

Todo crescimento, seja no campo ou na vida, tem o seu início com pequenas sementes. Usarei alguns elementos, como a semente, a árvore e o fruto, para ilustrar o desenvolvimento da vida cristã.

Quem já teve a experiência, mesmo que por um curto tempo, de semear uma semente, sabe que existe um cuidado especial na terra em que será plantada. O próprio Jesus, em uma das suas parábolas, conta que uma sequência de sementes foi lançada em diferentes solos e apenas uma encontrou uma terra adequada para o seu desenvolvimento.

O Evangelho é a semente que fará germinar a fé. A partir daí, Deus dá início a uma obra que a cada dia irá se completando.

Um evangelho instantâneo só serve para deixar os crentes mais vazios. Um macarrão instantâneo até resolve o problema da fome daquele que está com pressa, mas infelizmente, o apressado e faminto não recebe os nutrientes que precisa e pouco depois já sentirá mais fome. Quando isso acontecer, só uma alimentação mais substancial suprirá sua carência. Desse modo, uma semente não se tornará árvore da noite para o dia; assim como o barro não se tornará vaso em um minuto.

A Palavra lançada não voltará vazia, antes, ela fará aquilo para que foi designada, ainda que o seu processo de mudança, muitas vezes, seja doloroso. Uma ostra só libera a pérola quando, em seu interior, ela é agredida.

A mesma Palavra que abriu a ferida a cicatriza. A mesma Palavra que mostra a condição do homem como pecador revela a Graça. A mesma Palavra que quebranta o coração, o refaz.

A semente se desenvolve até alcançar sua forma adulta — nesse caso, uma árvore.

A árvore passa por determinadas estações que a transformam. Algumas estações a deixam mais bonita; outras, no entanto, fazem-na perder suas folhas revelando, assim, suas imperfeições.

As mudanças de estações, ainda que atinjam a árvore, não a fazem deixar de ser árvore. O tempo não a faz perder a essência, pois enquanto ela estiver com suas raízes ligadas à terra, ela passará por todas as estações e, no tempo certo, produzirá seus frutos. Como o próprio Jesus disse, as aves do céu se abrigarão nela.

Para todo o bom desenvolvimento de uma árvore é necessário dois critérios: o primeiro é ter suas raízes ligadas a uma fonte de nutrientes. De igual modo assim acontece com a fé cristã. À medida que conhecemos a Deus mais aprofundamos nossas raízes, e dessa maneira, assim como a árvore, podemos passar por todas as estações sem abandonarmos nossa fé cristã. O segundo critério para o desenvolvimento da árvore é podar os seus ramos. Tiramos da árvore seus ramos velhos e estimulamos a produção dos seus frutos.

Temos a necessidade de deixarmos de lado a natureza do “velho homem” e permitir que a natureza do “segundo Adão” tome forma em nós. As atividades espirituais, que parecem tão comuns aos crentes, como frequência nos cultos, leitura da Bíblia e oração, nos fazem conhecer mais das nossas fraquezas e, consequentemente, mais da Graça de Deus que nos ajuda a renunciar ao pecado. Assim, somos podados. Nos diminuímos para que Cristo cresça em nós e assim damos mais frutos.

Todos esses cuidados com a semente e o seu crescimento são para que alcancem um resultado: o fruto. Fomos criados para dar bons frutos. Certa vez, Jesus, amaldiçoou uma figueira que não dava frutos. O que se espera de uma árvore frutífera são os frutos. O que se espera de novas criaturas são bons frutos. Só oferecemos frutos de acordo com a nossa natureza. Como posso esperar que um espinheiro dê figos? Assim, não posso esperar que alguém que não conhece a Deus ofereça o amor. Não falo do amor na sua forma platônica, de estar apaixonado por alguém. Me refiro ao amor que perdoa, que chora com os que choram, que levanta o caído e consola o abatido.

Para quem já estudou botânica, entende-se que o que importa em uma planta não é seus frutos, mas sim sua semente. O fruto é como se fosse uma bolsa, uma proteção para a semente que dará continuidade àquela espécie. Ainda que se esperem bons frutos daqueles que nasceram de novo, nada adianta suas boas obras, se nelas não conter a vida de Jesus, a semente da sua Palavra.

Um exemplo claro dessa continuidade de vida está descrito na profecia de Isaías 53, quando o Cristo viu o fruto do seu penoso trabalho e ficou satisfeito. A Igreja é o fruto da cruz, portanto, em nós está contida a semente da vida de Jesus. Vamos passá-la a diante.

— Fabrícia Soares mora em Teixeira de Freitas (BA) e escreve em seu blog.

Esta foi a proclamação que o rei Nabucodonozor enviou aos povos de todas as línguas das nações do mundo.

Paz vos seja multiplicada!

2 Pareceu-me bem tornar conhecidos os sinais e maravilhas que o Deus altíssimo realizou.

3 Foi qualquer coisa de incrível, um poderoso milagre!
    E agora sei, de certeza, que o seu reino é eterno;
    o seu domínio estende-se pelos séculos dos séculos.

4 Eu, Nabucodonozor, vivia tranquilo no meu palácio, rodeado de prosperidade. 5 Até que uma noite tive um sonho que verdadeiramente me aterrorizou. 6 Chamei então todos os sábios da Babilónia, para que me esclarecessem sobre a interpretação do meu sonho. 7 No entanto, quando se apresentaram os mágicos, astrólogos, adivinhos e feiticeiros, depois de lhes ter contado o sonho, não houve nenhum que fosse capaz de interpretá-lo. 8 Por fim, apresentou-se Daniel, esse homem a quem dei o nome de Beltessazar, de acordo com o nome do meu deus e sobre quem está o espírito dos deuses santos, e descrevi-lhe o sonho.

9 Ó Beltessazar, chefe dos magos, disse-lhe eu, sei que o espírito dos deuses santos está sobre ti e que nenhum segredo te é demasiado difícil de desvendar. Diz-me o significado do meu sonho. 10 Vi uma árvore muito alta no meio dum campo. 11 Esta ia-se tornando sempre cada vez mais alta, em direção aos céus, até que podia ser vista por toda a gente no mundo. 12 As suas folhas eram frescas e verdes, os seus ramos vergavam sob o peso de frutos abundantes, frutos que podiam servir de alimento para toda a gente. Os animais selvagens descansavam à sua sombra e os pássaros faziam os ninhos nos seus ramos. Todo o mundo dependia dela.

13 Durante o meu sono, vi um anjo, um vigilante santo que desceu do céu. 14 E este gritou: “Derrubem a árvore; cortem-lhe os ramos, sacudam-lhe as folhas e espalhem os frutos. Espantem os animais que viviam à sua sombra e afugentem os pássaros das ramagens. 15 Deixem, no entanto, o cepo e as raízes no chão, ligado com cadeias de ferro e bronze; deixem que a erva cresça em volta.

Será molhado pelo orvalho e essa erva alimentará tanto os animais selvagens como ele próprio! 16 Durante sete anos a sua natureza alterar-se-á; perderá o entendimento de homem ficando como um animal.

17 Isto é decretado pelos vigilantes por mandado dos santos. O objetivo deste decreto é que toda a gente possa compreender que o Altíssimo tem o domínio dos estados do mundo e os dá a quem quer; até o menos notável dos homens pode constituir sobre eles para os governar!”

18 Foi este o sonho que eu, o rei Nabucodonozor, tive. Tu, Beltessazar, podes certamente fazer aquilo que mais ninguém foi capaz, que é dar-me a explicação do sentido deste meu sonho, visto que há em ti o espírito dos deuses santos.

Daniel interpreta o sonho

19 Daniel ficou perplexo durante algum tempo e perturbado nos seus pensamentos.

Por fim, o rei dirigiu-lhe de novo a palavra: Beltessazar, não fiques assim agastado com a interpretação deste sonho! E Daniel respondeu-lhe. “Meu senhor, eu bem desejaria que os acontecimentos que este sonho prevê pudessem acontecer antes aos teus inimigos! 20 A árvore que viste crescer assim tão alto, atingindo os céus de forma que toda a gente podia vê-la, 21 com as suas folhas verdes, carregada de frutos para alimento de todas as pessoas, com animais selvagens vivendo à sua sombra e as aves aninhando-se nos seus ramos, 22 essa árvore és tu, majestade; tornaste-te grande e poderoso; a tua magnificência atingiu os céus e o teu domínio os confins da Terra.

23 Então viste um anjo, um vigilante santo que veio dos céus dizer: ‘Cortem a árvore, derrubem-na, mas deixem o cepo e as raízes na terra, com a erva crescendo em torno e presa com cadeias de ferro e bronze! Que se cubra o orvalho dos céus! Que se alimente de erva, durante sete anos, como os animais do campo!’

24 Majestade, o Altíssimo decretou e certamente irá acontecer! 25 Serás expulso do convívio com os seres humanos e viverás no campo como um animal, comendo erva como um boi; os teus lombos se cobrirão de orvalho. Durante sete anos viverás dessa forma, até aprenderes que o Deus altíssimo tem o domínio das nações deste mundo e dá o governo delas a quem entende. 26 No entanto, o cepo e as raízes foram deixadas na terra! Isto significa que retomarás de novo o teu reino, depois de teres reconhecido o poder do céu. 27 Ó rei Nabucodonozor, escuta-me e para de pecar! Pratica aquilo que sabes ser a justiça! Sê misericordioso para com os pobres. Talvez Deus te possa ainda poupar.”

O sonho é realizado

28 O certo é que todas estas coisas vieram a acontecer a Nabucodonozor. 29 Doze meses depois de ter tido o sonho, passeava despreocupadamente no terraço do seu palácio, na Babilónia. 30 Dizia assim: Foi pelo meu grande poderio que se construiu esta bela cidade para sede da minha corte e capital do meu império!

31 Estava ainda proferindo estas palavras quando uma voz o chamou do céu: “Ó rei Nabucodonozor, esta mensagem é para ti! Não és mais o rei desta nação. 32 Serás expulso do convívio com os seres humanos e viverás com os animais! Comerás erva como os bois, durante sete anos, até reconheceres que Deus tem domínio sobre as nações e dá o seu governo a quem entender!”

33 Nessa mesma ocasião, cumpriu-se a palavra anunciada. Nabucodonozor foi lançado fora do convívio com os seres humanos e passou a comer erva; o seu corpo cobria-se de orvalho. Cresceu-lhe o cabelo, que parecia penas de águia, e apareceram-lhe garras como nas aves.

34 Ao fim dos sete anos, eu, Nabucodonozor, levantei os olhos para o céu, retomei o meu entendimento normal, louvei e adorei o Deus altíssimo; honrei aquele que vive eternamente, cujo domínio não tem fim, cujo reino dura para sempre. 35 Os povos da Terra são como nada comparados com ele. Faz o que entende por melhor com os habitantes do céu, tal como os moradores da Terra. Ninguém se lhe pode opor nem perguntar-lhe: “Para que serve o que fazes?”

36 Quando readquiri as faculdades mentais, também me foi devolvida a honra e a glória do meu reino. Os meus conselheiros e ministros regressaram à corte e fui restabelecido como senhor do meu reino, com ainda maior magnificência do que antes. 37 Agora, eu, Nabucodonozor, louvo, glorifico e honro o Rei do céu, o juiz da humanidade, cujas obras são sempre justas e boas. Ele pode humilhar os que se conduzem com soberba!