O que faz um corretor de imóveis autônomo

Antes de relacionar as vantagens e desvantagens de ser um corretor autônomo, é importante saber o que é preciso para ser um. Segundo José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP, após obter seu registro no Creci, o profissional deve se dirigir à prefeitura de sua cidade e verificar quais são os procedimentos caso queira atuar como autônomo e ter seu escritório. No Creci-SP, o corretor autônomo deve apenas registrar a placa de seu escritório, com as abreviaturas que for utilizar para sua identificação ao público. O corretor pode se estabelecer com um escritório imobiliário e atuar como pessoa física seguindo as disposições da legislação da profissão.

Vantagens de desvantagens de ser autônomo

Viana cita como principais vantagens a flexibilidade de horários, a independência e a oportunidade de decidir sua própria rotina. “No entanto, isso pode acabar prejudicando aquele profissional que não é disciplinado, fazendo com que ele perca o foco de seus negócios. É preciso ter cuidado”, alerta.

Outra vantagem é que os ganhos do autônomo dependem exclusivamente de seu esforço. Ele é o responsável por todo o processo de negociação e, assim, receberá toda a comissão da venda.

No caso de ser vinculado a uma imobiliária, os ganhos são combinados antecipadamente, ele não receberá a comissão sozinho, mas em contrapartida, a empresa poderá oferecer-lhe um salário fixo, o que dá uma certa segurança.

Viana lembra que um corretor de imóveis (pessoa física) que vende um imóvel está sujeito a uma tributação que pode chegar a até 27,5% do ganho auferido. “Com a inclusão da atividade no Simples Nacional, o percentual de tributação para microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) tornou-se favorável, sendo o benefício bem expressivo, com uma incidência de 6% a 17,42% de acordo com o faturamento, fora a praticidade para recolhimento dos tributos obrigatórios, visto que o Simples Nacional abrange o recolhimento de todos os tributos: IRPJ, IPI, CSLL, COFINS, PIS, CPP, ICMS e ISS em uma única guia de arrecadação (DAS).

Quanto ao dia a dia do corretor autônomo, Viana comenta que, em geral, é o profissional quem faz seus horários, estabelece suas metas e cumpre sua rotina de forma independente. Então, cabe a cada corretor criar um planejamento de atuação.

Entretanto, o presidente do Creci-SP salienta que, antes de se tornar um autônomo, é preciso fazer uma autoanálise para verificar se o profissional terá condições de se manter focado, mesmo quando os negócios estiverem ruins. “Além disso, há que se ter uma retaguarda financeira para o caso de períodos em que não forem fechadas muitas transações”, recomenda.

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Na opinião de Flávio Prando, vice-presidente de intermediação e marketing do Secovi-SP, a figura do corretor de imóveis é prioritariamente autônoma. “A grande maioria são de profissionais autônomos. Apenas uma minoria, no interior do Estado de São Paulo, atua como funcionário em regime CLT”, informa.

Prando conta que, em janeiro de 2015, foi aprovada uma legislação sobre o corretor associado, que regulamenta uma situação em que o corretor, um profissional liberal, firma um contrato como pessoa física com uma ou mais imobiliárias que desenvolvam parcerias. No contrato, que deve ser registrado no Sciesp (Sindicato dos Corretores de imóveis do Estado de São Paulo), são estipuladas as comissões sobre os negócios realizados. Por meio deste contrato, o corretor não cria vínculo com nenhuma imobiliária, faz o seu próprio horário e negocia com as empresas.

“Antes da aprovação desta lei a associação já funcionava, mas de maneira informal”, diz Prando.

Segundo Prando, podemos dizer que hoje há três formas de atuação dos corretores:

Corretores celetistas : atuam prioritariamente no interior de São Paulo. A vantagem é ter um salário garantido e os benefícios das leis trabalhistas. A desvantagem é que, normalmente, esse salário fixo é muito baixo, algo em torno de um salário mínimo, e as comissões são menores.

Corretores autônomos : a vantagem é que não precisam dividir as comissões sobre os negócios realizados. A desvantagem é que não contam com estrutura de apoio, sala de reunião, departamento jurídico e o estoque de imóveis é menor que o de uma empresa.

Corretores autônomos associados: a vantagem é que contam com estoque maior de oferta de imóveis e estrutura de apoio para viabilizar reuniões. A desvantagem é que dividem comissão com a imobiliária.

Na visão de Prando, para trabalhar de maneira totalmente autônoma é importante que o corretor monte um home office adequado para ter tranquilidade e organizar suas informações e sua rotina de trabalho, com linhas de telefone fixo e celular.

“Ele precisa estabelecer uma rotina de trabalho, como se estivesse em uma imobiliária, saindo para captar imóveis, encontrar clientes e, preferencialmente, atuar na região próxima à sua casa para otimizar a logística”, sugere.

O seu dia a dia deve ser como o de um corretor de imobiliária, ou seja, receber ligações e atender clientes, captar imóveis e levar clientes para conhecê-los.

“Vale lembrar que hoje também existem corretores autônomos não associados a imobiliárias, mas que formam um pequeno grupo em que todos se ajudam, uma rede de corretores em que todos se conhecem e compartilham imóveis e clientes”, finaliza.

As palavras-chave que mais se repetem na descrição das vagas publicadas aqui são:

  • avaliação de imóveis
  • imóveis novos
  • locação de imóveis
  • captação de imóveis
  • corretor de imóveis

O que faz um corretor de imóveis autônomo

Os salários foram calculados com base nos valores informados pelos candidatos do VAGAS.com.

Nível de experiênciaValor medianoR$2.000R$3.024R$4.392

Veja as áreas de formação mais cursadas por pessoas dessa área

  1. Graduação em Administração de Empresas
  2. Graduação em Administração
  3. Graduação em Direito
  4. Graduação em Ciências Contábeis

O corretor autônomo deve se aperfeiçoar tanto (ou mais) que um corretor empregado em alguma imobiliária. O mercado competitivo exige essa capacitação.

Já falamos que ele deve ter registro no CRECI antes de iniciar seu trabalho. E não deve parar de se aperfeiçoar, ou seja, deve fazer cursos e treinamentos para se manter atualizado e à altura de seus concorrentes. Deve desenvolver ao máximo as habilidades técnicas e as soft kills (habilidades mais pessoais que podem ser aproveitadas no trabalho).

Quais as dificuldades de um corretor autônomo?

Trabalhar de forma autônoma é um desafio em qualquer profissão. Ele terá que trabalhar sozinho, sem vínculo a uma empresa que assume seu salário e garante suas comissões, além de facilitar o processo de aposentadoria. Em uma imobiliária, ele está em contato com outros corretores também, na mesma situação que ele.

Claro que o corretor autônomo também interage com outros profissionais de sua área, mas juridicamente as coisas são diferentes. Por exemplo, para garantir sua aposentadoria, ele deve assumir integralmente o valor mensal da Previdência Social, já que não tem carteira assinada. Ele depende exclusivamente das comissões que ganha e deve trabalhar com talento e competência para consegui-las.

Em vez de querer todos os clientes para si, ele deve trabalhar em parceria com outros corretores para não ficar isolado, com um networking pobre, pouco procurado pelas pessoas interessadas em comprar e alugar imóveis. Concluímos que fazer parcerias com outros corretores e outros profissionais ajuda na estratégia de um marketing imobiliário eficiente para qualquer corretor autônomo.

Vale lembrar que o mercado imobiliário é competitivo e as pessoas estão mais esclarecidas. Portanto, o corretor deve trabalhar da forma mais correta possível para manter uma boa reputação e conquistar o maior número possível de clientes, que o ajudem em seu marketing imobiliário divulgando seu nome de maneira informal.

O corretor imobiliário autônomo pode seguir algumas dicas para se promover no trabalho e conseguir sucesso em sua carreira:

Tenha foco, disciplina e organização

Invista em marketing digital

Use tecnologias a seu favor

Além dessas, há outras dicas interessantes, como:

  • Ofereça atendimento diferenciado;
  • Conheça bem o perfil do cliente;
  • Faça seu marketing pessoal;
  • Aperfeiçoe-se por meio de cursos e treinamentos;
  • Se possível, faça um curso superior 

O corretor autônomo deve investir bastante em marketing imobiliário e nem sempre isso exige dinheiro. É preciso também desenvolver habilidades e ter muita força de vontade para atuar no mercado.

Izabel Mendonça

Assessoria de Comunicação