Como se forma um tsunami brainly

O relevo do planeta Terra, tanto em sua porção continental quanto em sua área oceânica, não é estático, mas um meio dinâmico, isto é, que está em constante processo de transformação. Muitas vezes, essas metamorfoses ocorrem em um longo período de tempo, mas, em outros momentos, elas são um pouco mais abruptas, como é o caso dos tsunamis.

Os tsunamis, que costumam também ser chamados de maremotos, são grandes ondas oceânicas que atingem as áreas litorâneas e, dependendo da intensidade, podem causar grande caos e destruição por onde passam. Algumas fontes consideram os maremotos e tsunamis como palavras sinônimas, mas, em outras, os primeiros seriam as ondas causadas pelos tremores nas áreas marinhas, enquanto os segundos seriam as ondas que atingem a costa.

Como se formam os tsunamis?

Os tsunamis são causados pela atividade tectônica em áreas oceânicas. Basicamente, quando ocorre uma interação entre duas placas tectônicas, causando um terremoto de elevada intensidade em um relevo marinho, há como consequência a formação de uma grande onda que se propaga rapidamente. Essa onda gigante pode tornar-se ainda maior quando se aproxima de zonas litorâneas, configurando a expressão de um tsunami que invade as áreas continentais.

Observe o esquema a seguir:

Como se forma um tsunami brainly
Esquema da ocorrência de um tsunami

Quando um tsunami está em formação, ou seja, quando a sua onda gigantesca está erguendo-se, a tendência é haver um rápido recuo das águas nas praias próximas, como se fosse uma grande maré baixa. Isso ocorre porque a formação da grande onda “puxa” as águas ao seu redor. Assim, quando as águas litorâneas diminuírem de forma rápida e sem uma explicação aparente, pode ser um indício de que está acontecendo um forte maremoto.

Existem casos de tsunamis que não são causados por terremotos ou atividades tectônicas, porém são muito mais raros. Esses podem acontecer por uma avalanche no relevo submarino ou pela queda de um grande objeto sobre mar, como um asteroide, algo que é improvável e possível de ser previsto com uma maior antecedência.

Os tsunamis podem ser definidos como grandes ondas oceânicas geradas por terremotos ou outros eventos geológicos. A ocorrência desse fenômeno provoca a invasão de áreas litorâneas por ondas gigantes que, rapidamente, destroem tudo o que encontram. Por definição, para ser considerado um tsunami, a onda precisa ter um comprimento entre 10 e 500 km, tendo um período de formação relativamente lento, de alguns minutos.

Quando em alto mar, os tsunamis não costumam apresentar uma amplitude (diferença entre a maior e a menor altura) muito grande. No entanto, quando próximas ao litoral, com águas mais rasas, esse panorama muda e as ondas agigantam-se. Esse fenômeno é mais comum nos oceanos Pacífico e Índico, apesar de o Atlântico já ter registrado um tsunami que atingiu a cidade de Lisboa em 1755. O maior tsunami da história ocorreu no Alasca, no ano de 1958.

Como se formam os tsunamis?

Existem várias causas dos tsunamis, como alguns processos gerados por atividades vulcânicas e o depósito abrupto de um grande material de rochas ou gelo no mar. Mas o principal fator para a formação de tsunamis é a atividade tectônica. Confira o esquema a seguir:

Como se forma um tsunami brainly

Esquema explicativo da formação de um tsunami

Uma zona de choque ou encontro entre duas placas tectônicas é uma área geologicamente muito instável, proporcionando o surgimento de eventuais terremotos, resultantes da liberação de energia acumulada nos pontos de contato entre ambas. Quando isso ocorre no oceano, há um soerguimento das águas oceânicas que, com isso, agitam-se e são capazes de gerar fortíssimas ondas, os tsunamis.

Quanto maior a intensidade, maior tende a ser a velocidade de propagação das ondas, gerando efeitos ainda mais catastróficos nas áreas litorâneas atingidas. Além disso, quanto maior a velocidade de movimentação das placas, maiores também são os seus efeitos, o que explica, em partes, porque o Oceano Atlântico não registra tantos tremores, vulcanismos e tsunamis quanto os demais oceanos.

Tsunami no Brasil: possibilidade ou lenda? Existe um intenso debate a respeito da possibilidade de ocorrência de tsunamis no Brasil. Os tsunamis são causados principalmente por fortes sismos com epicentro no fundo dos oceanos, e, como sabemos, o Brasil está localizado no centro de uma placa tectônica, distante de áreas de grande instabilidade geológica.

Apesar disso, um estudo britânico indica que uma forte erupção do vulcão Cumbre Vieja, nas Canárias, poderia desencadear ondas gigantes que chegariam até as regiões Norte e Nordeste. A teoria, no entanto, não é uma unanimidade entre pesquisadores.

Leia também: Por que os Estados Unidos são tão atingidos por furacões e tornados?

Causas de um tsunami

Tsunamis podem ser definidos como ondas gigantes, que podem variar de 10 m a 30 m de altura em média, geradas em decorrência de uma grande perturbação nas águas dos oceanos.

Sua formação se dá principalmente por meio de intensos abalos sísmicos que podem ocorrer no assoalho oceânico. Os tremores, por sua vez, são originados em áreas onde há instabilidade tectônica, como no limite entre duas ou mais placas. Esses eventos liberam uma grande quantidade de energia, que, por sua vez, provoca o deslocamento de imensos volumes de água.

Assim como terremotos, atividades vulcânicas no fundo dos oceanos ou nas zonas costeiras podem causar tsunamis. No segundo caso, a movimentação se dá pelo derramamento de um volume significativo de materiais resultantes do vulcanismo nas águas. Fatores externos podem ser também responsáveis pelas ondas gigantes, como queda de meteoritos e grandes explosões realizadas em ambiente marinho.

Afinal, quais as chances de um fenômeno como esse atingir o litoral brasileiro?

Como se forma um tsunami brainly
Placa alerta o risco de tsunamis, fenômeno causado principalmente por fortes tremores de terra.

É possível ter tsunami no Brasil?

As ondas gigantes são mais comuns em áreas de instabilidade tectônica. A maior parte dos piores tsunamis da história ocorreu em países banhados pelo oceano Pacífico. As ondas foram consequências de intensos terremotos de magnitude superior a sete graus na escala Richter, com epicentro próximo da costa.

O Brasil está situado no centro da Placa Sul-Americana, o que indica uma posição relativamente confortável com relação a abalos sísmicos de elevada intensidade, capazes de desencadear tsunamis. O país, entretanto, não está livre da ocorrência de tremores de terra.

Alguns pesquisadores acreditam que existe, sim, a possibilidade do litoral brasileiro ser atingido por um tsunami no futuro. Sua origem, entretanto, estaria a milhares de quilômetros da costa do país, mais precisamente próximo da costa noroeste do continente africano.

Um estudo britânico avaliou que uma erupção do vulcão Cumbre Vieja poderia provocar ondas gigantes que se propagariam pelo Atlântico e atingiriam países do continente americano, incluindo o Brasil.

Como se forma um tsunami brainly
Vista do Cumbre Vieja, nas Ilhas Canárias.

Esse vulcão está localizado em La Palma, ilha pertencente ao arquipélago das Canárias, a noroeste da África. A erupção causaria o desmoronamento de um de seus flancos (parede lateral), despejando enorme volume de detritos, como rochas e terra, no oceano. Esse acréscimo de material e a decorrente agitação nas águas seriam responsáveis por ondas de grandes proporções, que chegariam próximo das áreas litorâneas, com altura entre 15 m e 40 m.

A teoria, entretanto, não é uma unanimidade entre aqueles que pesquisam a temática. As últimas erupções do Cumbre Vieja foram em 1949 e 1971, e, embora tenha havido deslizamentos de terra, nenhuma movimentação anormal foi registrada.

As chances, portanto, do Brasil ser atingido por um grande tsunami são ínfimas, praticamente nulas.

Veja também: O que é maremoto?

Como se forma um tsunami brainly
As chances de um tsunami atingir o Brasil futuramente são muito pequenas, praticamente nulas.

Pensando em potenciais acontecimentos como uma forte erupção do Cumbre Vieja, as cidades do Norte e Nordeste do Brasil seriam as principais atingidas, com danos que se estenderiam do Amapá.

A violenta entrada das águas e o seu avanço pelo território, que pode ser de centenas de metros a quilômetros, provocariam a destruição das áreas rebaixadas próximas do litoral e inundações nas cidades mais distantes. A depender da energia que causou a movimentação, as ondas podem se propagar por todo o litoral do país.

Recentemente, uma pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) revelou que o tsunami que devastou Lisboa e atingiu outros países próximos da Península Ibérica, em 1755, reverberou pelo Atlântico e chegou ao Nordeste do Brasil.

As evidências mostram que as ondas chegaram também ao Rio de Janeiro. A maior onda atingiu quase dois metros de altura, e, em determinadas áreas, as águas adentraram quatro quilômetros. Na cidade de Tamandaré, em Pernambuco, a inundação subiu até 800 metros.

Anterior a esse evento, ondas de até oito metros inundaram a então capitania de São Vicente, no litoral paulista, em 1541. As águas causaram destruição de edificações, mas não se sabe ao certo o que desencadeou esse chamado tsunami localizado|1|. Acredita-se que suas causas estavam relacionadas a questões meteorológicas.

Outros (poucos) eventos foram registrados na costa brasileira, em que tremores de terra de intensidade média causaram maremotos e inundações em cidades específicas. Os efeitos, entretanto, não são os mesmos do que aqueles experimentados por áreas atingidas por tsunamis.

Nota

|1| VELOSO, José Alberto Vivas. Tsunamis no Brasil. Revista USP, [S.l.], n. 91, 2011, p. 40-55. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/34843>. Acesso em 18 mar. 2021.

Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia