A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

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    Ano 8, n. 24, ano 2015

    A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

    A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

    No conto, o narrador faz referência a duas etapas distintas da vida da protagonista. Nomeie essas duas etapas, na ordem em que elas aparecem no texto. Em seguida, transcreva a frase que explicita a distinção entre as duas etapas.

Objetivo: Identificar distintas etapas da vida da protagonista.
Item do programa: A narrativa e seus elementos
Subitem do programa: Enredo

Subitem do programa: Personagens

Subitem do programa: Tempo

Comentário da questão:

A primeira etapa mencionada no texto é a adolescência ou juventude da personagem. A segunda etapa é sua infância, ou meninice, ou pré-adolescência. A frase que explicita a distinção entre as duas etapas é “Houve tempo em que Clarete se chamava simplesmente Clara”. Além de assinalar a mudança no nome da protagonista – mudança que já evidencia a passagem da infância (“simplesmente Clara”) para a adolescência (“Clarete”) –, a frase transcrita dá início a um trecho em que o narrador, fazendo uso do recurso do flashback, descreve a personagem numa etapa anterior de sua vida, definida por características como: “cabelos compridos”, “pestanas sem rímel”, “sobrancelhas cerradas”, “magreza de menina que ajuda a mãe na vida difícil”, entre outros traços que apontam para a meninice da protagonista.

Ano 8, n. 24, ano 2015

A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

Considere, nas passagens abaixo, as orações iniciadas por preposição:
Olhou para o céu, certificando-se de que não ia chover. (l. 1)
Clarete também teve o bom senso de não insistir, (l. 5)Aponte o valor sintático de cada uma dessas orações.

Objetivo: Apontar o valor sintático de orações.
Item do programa: A oração e o período
Subitem do programa: Correlação de termos e de orações

Comentário da questão:

No trecho destacado, há duas orações iniciadas por preposição: “de que não ia chover” e “de não insistir”. A primeira delas – “de que não ia chover.” – é classificada como oração subordinada substantiva objetiva indireta, pelo fato de funcionar como complemento do verbo transitivo indireto “certificando-se”, presente na oração anterior. Desse modo, seu valor sintático é o de objeto indireto. A segunda – “de não insistir...” – classifica-se como oração subordinada substantiva completiva nominal, em função de completar o sentido do nome “senso”, presente na oração anterior. Por esse motivo, seu valor sintático é o de complemento nominal.

Ano 8, n. 24, ano 2015

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Rosas. Que nome! Não lhe entrava na cabeça que uma pessoa pudesse se chamar Rosas. Nem Rosas, nem Flores. Que esquisitice, já se viu?Arregalou os olhos fotogênicos.– Que amor! 

Uma senhora ocupava o banco da frente, com um chapéu, rico, de feltro, enterrado até às sobrancelhas.

(l. 15-20)No trecho acima, o autor utiliza tanto o discurso indireto livre quanto o discurso direto.Transcreva uma frase que exemplifica o emprego do discurso indireto livre. Indique, ainda, a cena desse mesmo trecho que motivou o uso do discurso direto pela personagem.

Objetivo: Exemplificar e explicar o uso do discurso indireto livre e do discurso direto.
Item do programa: Formas de enunciação
Subitem do programa: Discurso direto, discurso indireto e discurso indireto livre

Comentário da questão:

No trecho destacado, as frases que exemplificam o emprego do discurso indireto livre são “Rosas.”, “Que nome!”, “Nem Rosas, nem Flores.”, “Que esquisitice, já se viu?”, uma vez que representam o discurso do narrador revelando pensamentos da personagem, mas sem as marcas formais presentes no discurso indireto. O discurso direto, por sua vez, consiste no fato de o narrador dar a palavra à personagem; esse tipo de discurso normalmente vem marcado pelo uso do travessão. Assim, a frase “– Que amor!” constitui emprego do discurso direto. De acordo com o trecho destacado, a cena que motivou o uso do discurso direto pela personagem diz respeito à visão do chapéu de uma senhora que ocupava o banco da frente.

Ano 8, n. 24, ano 2015

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O texto Felicidade é um exemplo da prosa urbana modernista. Observe:
O rapaz da ponta, com o Rio Esportivo aberto nas mãos e os olhos pregados nela, sorriu também. Clarete arrumou-lhe em cima um olhar que queria dizer: idiota! e o rapaz zureta afundou os óculos de tartaruga na entrevista do beque carioca sobre o jogo contra os paulistas.
Praia de Botafogo. Meu Deus! Pendurou-se nervosamente na campainha,
(l. 24-28)Com base neste trecho, aponte duas características da prosa urbana modernista, sendo uma relacionada ao conteúdo e outra à linguagem.

Objetivo: Apontar características da prosa urbana modernista.
Item do programa: Modernismo
Subitem do programa: A estética modernista e a revisão da cultura e da história brasileiras

Comentário da questão:

No plano do conteúdo, o trecho evidencia uma forte característica da prosa urbana modernista – e da literatura modernista em geral: a tendência a retratar a cidade moderna, com os avanços tecnológicos e com a excitação dos sentidos que tais avanços provocam. No fragmento transcrito, a tematização do cotidiano urbano inclui o bonde e o futebol, assim como o ritmo veloz das vivências na cidade moderna: Clarete se surpreende ao perceber que o bonde já havia chegado à praia de Botafogo e, nervosa, “pendura-se na campainha” do veículo. No plano da linguagem, o trecho também exemplifica algumas características relevantes da prosa urbana modernista: o emprego de palavras e expressões coloquiais – como “zureta” e “beque” – e o uso de frases curtas e rápidas, como “Praia de Botafogo. Meu Deus!”. Acolhendo palavras e expressões da linguagem corrente e empregando frases curtas, o trecho demonstra a renovação modernista da linguagem, que está intimamente relacionada à renovação dos temas, também exemplificada no fragmento transcrito: a valorização do cotidiano urbano e do dinamismo da cidade moderna.

Ano 8, n. 24, ano 2015

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Era uma espécie de êxtase: fazer de simples prova de natação, a que ninguém o obrigava , uma disputa em que parecia empenhar o destino , fazer da arrancada final uma luta contra o cansaço, em que a vida parecia querer prolongar-se além de si mesma. (l. 8-10)Reescreva as duas orações subordinadas adjetivas sublinhadas, fazendo uso da expressão “a qual”, de acordo com a norma-padrão.

Objetivo: Indicar conhecimento do registro da norma-padrão por meio da adequação do uso de pronome relativo.
Item do programa: Sintaxe do nome e do verbo
Subitem do programa: Regência

Comentário da questão:

No trecho destacado, duas orações subordinadas adjetivas aparecem sublinhadas: “a que ninguém o obrigava” e “em que parecia empenhar o destino”. De acordo com a norma-padrão, o emprego de pronome relativo acompanhado, ou não, de preposição faz-se em função da regência do verbo da oração em que se encontra o referido pronome. Assim, percebe-se que, na oração “a que ninguém o obrigava”, o pronome relativo “que” está antecedido da preposição “a” (note que o verbo obrigar é transitivo direto e indireto) e na oração “em que parecia empenhar o destino”, da preposição “em” (o verbo empenhar também é transitivo direto e indireto). Uma vez que as reescrituras devem ser feitas de acordo com o registro da norma-padrão, ambas as preposições são obrigatoriamente mantidas, quando do uso da expressão “a qual” em cada uma das orações. Desse modo, a reescritura da primeira oração terá, obrigatoriamente, a seguinte construção: à qual ninguém o obrigava (encontro da preposição "a" com o artigo "a", presente antes do relativo qual). Já segunda será reescrita, necessariamente, da seguinte forma: na qual parecia empenhar o destino (encontro da preposição "em" com o artigo "a", presente antes do relativo qual).

Ano 8, n. 24, ano 2015

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Sua emoção se traduzia em longos bocejos, o medo era quase náusea, a expectativa era uma ilusória, persistente e irresistível vontade de urinar. A multidão voltava a aplaudir, lá fora. – “Daqui a pouco é você”. Nunca saía do vestiário antes da hora de nadar.  (l. 20-22)Identifique o foco narrativo do trecho acima e explique a particularidade do seu emprego na exploração do tempo psicológico nesse episódio.

Objetivo: Identificar foco narrativo e sua relação com a exploração do tempo psicológico na narrativa.
Item do programa: A narrativa e seus elementos
Subitem do programa: Tempo

Subitem do programa: Narrador

Subitem do programa: Foco narrativo

Comentário da questão:

O texto de Fernando Sabino é narrado em terceira pessoa, apresentando um narrador onisciente. A particularidade desse foco narrativo é seu mergulho na intimidade do protagonista, dando ênfase aos sentimentos e sensações de Eduardo, no momento em que este aguarda a vez de nadar: “o medo era quase náusea, a expectativa era uma ilusória, persistente e irresistível vontade de urinar”. Acompanhando e descrevendo com minúcia as emoções de Eduardo enquanto este espera a sua vez, o narrador explora o tempo psicológico do episódio, que é o da angústia da espera, e cuja extensa duração contrasta com o tempo cronológico, mencionado, por exemplo, no trecho “Daqui a pouco é você.”, na linha 19. 

Ano 8, n. 24, ano 2015

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Nada a fazer. Ali estava ele, pronto para o sacrifício, convocado como um condenado para a execução. Ia seguindo em direção à mesa dos juízes, para assinar a súmula, sem olhar para os lados. (l. 28-30)Cite dois vocábulos desse fragmento que revelam o sentimento que a prova de natação provoca em Eduardo. Em seguida, com base no último parágrafo, indique um recurso utilizado pelo narrador para enfatizar esse sentimento.

Objetivo: Identificar vocábulos relacionados com a expressão de sentimentos do protagonista.
Item do programa: Coerência textual
Subitem do programa: Progressão temática

Comentário da questão:

No fragmento transcrito, Eduardo, fragilizado pela angústia da espera e pelo medo de não corresponder às expectativas nele depositadas, sente mais agudamente que não poderá escapar da prova de natação, vivida por ele como um suplício. Os três vocábulos que, naquele momento, melhor traduzem o sentimento de Eduardo são “sacrifício”, “condenado” e “execução”. No último parágrafo do texto, o mesmo sentimento é enfatizado por dois recursos: o emprego da expressão “desprotegido e nu” e a repetição do vocábulo “sacrifício”.

Ano 8, n. 24, ano 2015

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Sou pobre, sou mendigo e sou ditoso! (v. 4)O verso acima reúne dois traços que podem ser considerados inconciliáveis.Explicite esses traços e nomeie duas figuras de linguagem que reforçam o significado do verso.

Objetivo: Indicar traços característicos da construção de um verso.
Item do programa: Recursos expressivos da criação estética
Subitem do programa: Figuras de linguagem

Comentário da questão:

Os dois traços que podem ser considerados inconciliáveis são a pobreza/mendicância e a felicidade. Se, para o senso comum, esses traços não podem coexistir, para o poeta que se define como “vagabundo” é possível reunir uma e outra condição – ser pobre/mendigo e ser feliz –, uma vez que, para esse poeta, o valor essencial é a liberdade de ser e de viver. As figuras de linguagem que reforçam essa original visão de mundo e do próprio eu são: a gradação pobre/mendigo; a antítese pobre/mendigo-ditoso; e a anáfora, que consiste na repetição do verbo ser no início de cada oração.

Ano 8, n. 24, ano 2015

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Oito dias lá vão que ando cismado (v. 9)Justifique a flexão do verbo na terceira pessoa do plural. Em seguida, reescreva o verso, de acordo com a norma-padrão, substituindo o verbo “ir” pelo verbo “fazer”.

Objetivo: Justificar a flexão de verbo de acordo com o registro da norma-padrão.
Item do programa: Sintaxe do nome e do verbo
Subitem do programa: Concordância

Comentário da questão:

A justificativa do emprego da forma verbal na terceira pessoa do plural está na concordância com o sujeito “Oito dias”, que também se encontra nessa mesma pessoa. Ao substituir o verbo "ir" pelo verbo "fazer", obedecendo à norma-padrão, este deverá permanecer no singular, em função de seu emprego impessoal, ou seja, sem concordância com um termo identificado como sujeito. Desse modo, ao reescrever o verso, a construção será a seguinte: Oito dias lá faz que ando cismado.

Ano 8, n. 24, ano 2015

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Na quinta estrofe do poema Vagabundo, Álvares de Azevedo, poeta da segunda geração do Romantismo, aborda um tema muito frequente entre os primeiros românticos. Identifique o tema e explique a diferença entre a abordagem desse tema por Álvares de Azevedo e pelos poetas românticos da primeira geração.

Objetivo: Identificar abordagens de tema característico da primeira geração de poetas românticos.
Item do programa: Romantismo
Subitem do programa: Princípios estéticos, temas e gerações da poesia

Comentário da questão:

Na quinta estrofe do poema Vagabundo, aborda-se um tema característico da primeira geração de poetas românticos, que é o da pátria, imortalizado no célebre Canção do exílio, de Gonçalves Dias. Os primeiros românticos, movidos por um forte sentimento nacionalista e pelo intuito de contribuir para a construção da identidade nacional, celebraram a pátria e suas belezas naturais, sua origem grandiosa e seus heróis, notadamente seu primitivo habitante: o índio. Já Álvares de Azevedo, poeta da segunda geração romântica, considera a pátria sob a ótica individual e subjetiva que caracteriza essa geração de poetas do Romantismo. Sob tal ótica, a pátria se identifica com a liberdade que o poeta deseja para si mesmo.

Ano 7, n. 20, ano 2014

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No terceiro parágrafo, o cronista descreve ironicamente o modo de trabalhar de sua secretária ao relatar alguns fatos e, logo depois, fazer reflexões sobre eles.Transcreva desse parágrafo a frase que assinala a passagem dos fatos às reflexões e, em seguida, justifique por que há ironia na expressão “com rigoroso carinho”.

Objetivo: Discriminar segmentos ou expressões relacionados com a organização do sentido no texto e explicar recursos discursivos.
Item do programa: Formas de enunciação
Subitem do programa: Marcas de opinião

Comentário da questão:

Por meio da frase “Isso me fornece algumas emoções líricas inesperadas:”, o narrador informa ao leitor que, além de relatar um fato, vai também revelar as impressões subjetivas que esse fato desperta. A expressão “com rigoroso carinho” é irônica porque o recibo da prestação já é um documento inútil, que não justifica o zelo exagerado da secretária. Além disso, “rigoroso” não é um atributo adequado para um sentimento de afeto.

Ano 7, n. 20, ano 2014

A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

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O trecho contido nas linhas 28 e 29 combina características da fala espontânea e da linguagem poética.Cite a expressão que dá a esse trecho o tom da fala espontânea.Em seguida, reproduza o fragmento que apresenta uma característica da linguagem poética e identifique o recurso empregado pelo cronista com essa finalidade.

Objetivo: Reconhecer, no trecho da crônica, a expressão comum à fala espontânea e o fragmento característico da linguagem poética.
Item do programa: Gêneros literários
Subitem do programa: Lírico

Item do programa 2: O texto poético e seus elementos

Subitem do programa: Sonoridade

Subitem do programa: Ritmo

Item do programa 4: Unidade e diversidade da língua portuguesa

Subitem do programa: Registros de uso na oralidade e na escrita

Comentário da questão:

Em suas crônicas, Rubem Braga tanto emprega o estilo coloquial da conversa amena e bem-humorada quanto adota o tom lírico que predomina no texto poético. Se o estilo coloquial é um traço da crônica moderna, a mescla desse coloquialismo com recursos próprios da linguagem poética dá ao texto de Rubem Braga o seu caráter original e inconfundível. No trecho destacado, a expressão “para que diabo” é típica da linguagem oral: além de conferir espontaneidade às palavras do cronista, a referida expressão reforça a inutilidade das “notas sobre a produção de manganês” e o pouco valor a elas atribuído pelo autor. Já o fragmento “tão afetuosa, tão cheia de histórias e tão longa” é característico da linguagem poética. Nesse fragmento, para intensificar o valor afetivo da carta escrita para o amigo, mas não enviada, o cronista faz uso da repetição, um dos recursos mais empregados nos textos poéticos para representar a emoção que tais textos expressam. Além de enfatizar a comoção do cronista, a repetição do advérbio “tão” contribui para a musicalidade do trecho, realçando sua sonoridade e seu ritmo.

Ano 7, n. 20, ano 2014

A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

Meus arquivos, na sua desordem, não revelam apenas a imaginação desordenada e o capricho estranho da minha secretária. Revelam a desarrumação mais profunda, que não é de meus papéis, é de minha vida. (l. 30-32)O parágrafo acima reapresenta um comentário que o cronista faz sobre si em outro parágrafo no início da crônica.Transcreva do texto 1 a frase em que esse comentário é feito pela primeira vez e aponte as quatro palavras que, nos dois parágrafos, estão associadas a esse comentário.

Objetivo: Exemplificar conexão lógica ou semântica entre passagens do texto, mediante a observação de formas e significados.
Item do programa: Coerência textual
Subitem do programa: Progressão temática

Item do programa 2: Coesão textual

Subitem do programa: Repetição

Comentário da questão:

A frase “Isso é que dá encanto ao costume da gente ter tudo desarrumado” contém a primeira referência à falta de disciplina, de ordem, que reaparecerá no trecho transcrito. As palavras que, graças à afinidade de sentido, estão intimamente vinculadas a esse comentário são “desarrumado”, “desordem”, “desordenada” e “desarrumação”.

Ano 7, n. 20, ano 2014

A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

Não há castelo mais vasto do que a vivenda destes bons amigos, nem tratamento mais obsequioso do que o que eles sabem dar às suas hóspedes. Cada vez que D. Camila queria ir-se embora, eles pediam-lhe muito que ficasse, e ela ficava. Vinham então novos folguedos, cavalhadas, música, dança, uma sucessão de cousas belas, inventadas com o único fim de impedir que esta senhora seguisse o seu caminho. (l. 2-6)
Observe as formas verbais flexionadas do trecho acima: as duas primeiras,e sabem, estão no tempo presente, ao passo que as restantes estão no tempo pretérito. Apresente uma justificativa para o emprego de cada um desses diferentes tempos verbais e reescreva o trecho integralmente, passando todas as formas verbais pretéritas para o tempo presente, sem alterar os respectivos modos, pessoas e números.

Objetivo: Reconhecer e exemplificar no texto formas do verbo segundo suas distinções temporais.
Item do programa: Morfologia do nome e do verbo
Subitem do programa: Flexão em tempo, modo, número e pessoa

Comentário da questão:

O tempo presente é comumente usado nas narrativas de ficção para exprimir ideias, informações ou sentimentos tratados como sempre verdadeiros, ao passo que, com o tempo passado, o narrador se refere aos episódios e conta o enredo propriamente dito. São as seguintes as formas verbais no pretérito: queria, pediam, ficasse, ficava, vinham e seguisse. As correspondentes formas do presente são: quer, pedem, fique, fica, vêm e siga.

Ano 7, n. 20, ano 2014

A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

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No trecho em que enfatiza o retrato físico e moral de D. Camila (l. 16 a 20), o narrador adota dois procedimentos frequentes na prosa de Machado de Assis: o comentário sobre o estilo utilizado no texto e o emprego da ambiguidade em lugar da afirmação categórica.Reproduza desse trecho os fragmentos correspondentes a cada um desses procedimentos.

Objetivo: Discriminar, no trecho selecionado, o comentário sobre o próprio estilo e a marca de emprego de ambiguidade, típicos do narrador machadiano.
Item do programa: A narrativa e seus elementos
Subitem do programa: Narrador

Comentário da questão:

Ao apresentar os traços físicos e morais de sua personagem, o narrador do texto “Uma senhora” faz uso de dois procedimentos frequentemente empregados por Machado de Assis. O primeiro deles é o comentário sobre seu estilo, ou seja, a reflexão sobre a própria escrita. Tal comentário é observado no fragmento “eu não digo que eram os da Vênus de Milo, para evitar uma vulgaridade”. O outro procedimento tipicamente machadiano é a preferência pela expressão ambígua, em lugar da certeza e da afirmação categórica tão valorizadas pela estética realista/naturalista de seu tempo. Essa ambiguidade está contida na expressão “provavelmente”.

Ano 7, n. 20, ano 2014

A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

quem não se comove de repente quando está procurando um aviso de banco e encontra uma conta de hotel de Teresina de quatro anos atrás, com todos os vales das despesas extraordinárias, inclusive uma garrafa de água mineral?  (Texto I, l. 9-12)

A primeira vez que a vi, tinha ela trinta e seis anos, posto só parecesse trinta e dous, e não passasse da casa dos vinte e nove. (Texto II, l. 1-2) Os trechos acima evidenciam maneiras diferentes de experimentar a passagem do tempo.Explicite o que o tempo representa para o protagonista em cada trecho.

Objetivo: Explicar, com base nos trechos selecionados, a vivência de passagem do tempo experimentada pelos protagonistas.
Item do programa: A narrativa e seus elementos
Subitem do programa: Personagens

Subitem do programa: Tempo

Comentário da questão:

O trecho da crônica deixa evidente que, para o cronista, as experiências vividas no passado são enriquecedoras e não se apagam com o transcurso do tempo, podendo vir à tona a qualquer momento, a partir de um gesto simples e cotidiano. O cronista, portanto, valoriza o tempo vivido, considerando-o como uma experiência capaz de despertar sua emoção em qualquer época da vida. Já a protagonista do texto 2, obcecada pela “preocupação do calendário”, considera apenas o tempo cronológico, cuja ação ela procura deter, controlar, alimentando a ilusão de que pode evitar as transformações físicas provocadas pelo passar do tempo.

Ano 7, n. 20, ano 2014

A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

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“Estive aqui e não te encontrei. Passo amanhã. S.” Quem é esse “S.” ou  essa “S.” e por que, e onde e quando procurou minha humilde pessoa? Que sei? (Texto I, l. 17-19)

Dir-me-á o leitor que a beleza vive de si mesma, e que a preocupação do calendário mostra que esta senhora vivia principalmente com os olhos na opinião. É verdade; mas como quer que vivam as mulheres do nosso tempo? (Texto II, l. 30-32)

Uma pergunta é um recurso de atividade comunicativa empregado, muitas vezes, com o propósito de pedir ao interlocutor uma informação. Não é esta, porém, a finalidade das frases interrogativas que ocorrem nas passagens acima.Identifique o destinatário de cada uma das frases interrogativas. Em seguida, indique a finalidade da interrogação em cada passagem.

Objetivo: Discriminar a diversidade de usos discursivos da frase interrogativa na construção do texto.
Item do programa: A frase, suas espécies e funções interacionais
Subitem do programa: Frases declarativa, interrogativa, imperativa e exclamativa

Comentário da questão:

No primeiro trecho, o destinatário das perguntas é o próprio cronista. Ao indagar “Quem é esse ‘S.’ ou essa ‘S.’ e por que, e onde e quando procurou minha humilde pessoa? Que sei?”, ele está, na verdade, falando consigo mesmo. Trata-se de um ato de reflexão ou meditação, muito mais do que uma pergunta, pois não terá resposta. No segundo trecho, o narrador dirige-se ao leitor, como é comum na prosa machadiana. O narrador não quer ser dono da verdade, não quer impor sua opinião, e busca persuasivamente a cumplicidade do leitor.

Ano 7, n. 20, ano 2014

A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

Deste sangue os meus cabelos (v. 19) / Pela vida hão de sangrar. (v. 20)
Mas há demônios que arpejam (v. 27) / Na aresta do seu cristal. (v. 28)Os verbos sublinhados nesses exemplos estão flexionados na terceira pessoa - do plural ou do singular - de acordo com regras de sintaxe características da norma escrita culta da língua portuguesa.Justifique a flexão de pessoa e número do verbo em cada ocorrência sublinhada.

Objetivo: Identificar o motivo sintático da variação de número do verbo.
Item do programa: Sintaxe do nome e do verbo
Subitem do programa: Concordância

Comentário da questão:

No primeiro exemplo, “hão” está no plural porque funciona como verbo auxiliar na locução “hão de sangrar”, cujo sujeito é “os meus cabelos” – uma expressão plural. No segundo exemplo, “há” é uma forma do verbo “haver”, empregada com a acepção de “existir”. Neste caso, de acordo com a norma culta padrão, o verbo “haver” é impessoal e empregado sempre no singular.

Ano 7, n. 20, ano 2014

A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

As quatro estrofes iniciais representam, por diferentes imagens, o tique-taque contínuo do relógio no silêncio da noite. A quinta estrofe interrompe essa monotonia. Identifique o verso desta estrofe que representa o soar da hora e nomeie a figura de linguagem nele empregada. Ainda com base na quinta estrofe, expresse em um enunciado completo a transformação sofrida pela aparência humana.

Objetivo: Identificar o efeito de surpresa da imagem poética e sua associação com o poder destrutivo do tempo.
Item do programa: Coerência textual
Subitem do programa: Informação implícita e informação pressuposta

Item do programa 2: Recursos expressivos da criação estética

Subitem do programa: Figuras de linguagem

Comentário da questão:

O verso “Um punhal feriu o espaço” contém uma imagem inesperada e forte. O nome “punhal” e o verbo “feriu” contrastam com a fluidez e o silêncio da noite – é possível confrontá-los com as expressões “surdo compasso”, “resmunga sozinho”, “sopro contínuo”, “roçar macio”. Considerando o cenário assim descrito no poema, a interpretação mais plausível dessa imagem – a metáfora em “punhal” e a personificação ou prosopopeia em “feriu” – é a que a compreende como expressão do soar estridente da hora no relógio de parede. O efeito é um “sangramento” que se manifesta, não na cor vermelha do sangue, mas na cor branca dos cabelos: “O alvo sangue a gotejar”. Noutras palavras, o soar da hora é um golpe do tempo, que provoca o envelhecimento.

Ano 7, n. 20, ano 2014

A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

Comparando os textos 1, 2 e 3, percebe-se que o efeito do tempo é diferente em cada um deles. 
Explique a particularidade do efeito da passagem do tempo no poema
O relógio, tendo em vista a sua última estrofe. Em seguida, transcreva os dois versos da terceira estrofe que sugerem esse mesmo efeito.

Objetivo: Explicar a particularidade do efeito da passagem do tempo no poema “O relógio”, em comparação com outros textos.
Item do programa: Coerência textual
Subitem do programa: Progressão temática

Comentário da questão:

Em face dos textos 1 e 2, a particularidade apresentada pelo poema “O relógio”, ao tematizar o efeito da passagem do tempo, é a ênfase na ação irreversível e inexorável do tempo sobre a existência humana, levando-a ao fim. Portanto, o poema acrescenta a esse tema um aspecto ausente na crônica de Rubem Braga e apenas implícito no texto de Machado de Assis. Neste, a protagonista procura evitar, a todo custo, as marcas e o desgaste físico provocados pelo passar dos anos, acreditando na “ilusão da estabilidade”, a qual é completamente negada pelo poema de Joaquim Cardozo, como demonstra a última estrofe. Os dois versos da terceira estrofe que antecipam esse efeito inexorável da passagem do tempo são: “Por que dois vermes sombrios / Passando na face morta?”.

Ano 6, n. 18, ano 2013

A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

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Ele preferiu ficar olhando o louva-deus. Soprou-o de leve, ele encolheu-se e vergou o corpo para o lado do sopro, (l. 46-47)

Será que as nossas tempestades também são brincadeira? Será que quem manda elas olha para nós como Doril estava olhando para o louva-deus? (l. 51-52)

Nos dois trechos acima, há uma variação no envolvimento do narrador com a história que ele conta.

Explique em que consiste essa variação. Em seguida, indique o recurso gramatical usado para expressá-la.

Objetivo: Explicar a variação do envolvimento do narrador com a história narrada e indicar o recurso linguístico relacionado a essa variação.
Item do programa: A narrativa e seus elementos
Subitem do programa: Narrador

Comentário da questão:

No texto “Diálogo da relativa grandeza”, o narrador varia sua posição com referência ao enredo e aos personagens que ele constrói. Ora o narrador descreve as ações dos personagens de maneira mais objetiva e distanciada, ora ele se aproxima do personagem Doril e de seus pensamentos – aproximação que tem como efeito a fusão da sua voz com a do personagem. A narração mais objetiva pode ser observada no primeiro fragmento: “Ele preferiu ficar olhando o louva-deus. Soprou-o de leve, ele encolheu-se e vergou o corpo para o lado do sopro”. Já no segundo fragmento, o narrador se aproxima do personagem de tal maneira que chega a “intrometer-se” na história, identificando-se com Doril e com as suas indagações: “Será que as nossas tempestades também são brincadeira?” O recurso linguístico que expressa a variação do envolvimento do narrador com a história que ele conta é a substituição da narração em terceira pessoa pela narração em primeira pessoa, esta última evidenciada pelo emprego dos pronomes “nossas” e “nós”.

Ano 6, n. 18, ano 2013

A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

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era capaz de dizer que o pobrezinho estava morto, (l. 5-6)
Continuariam até um se cansar e tapar o ouvido para ficar com a última palavra, (l. 37)
qualquer coisa que ele dissesse (l. 45)
Será que as nossas tempestades também são brincadeira? (l. 51)

Nestas quatro passagens, retratam-se situações hipotéticas, apenas imaginadas pelo narrador ou pelos personagens.

Caracterize a forma linguística usada em cada uma para exprimir suposição em lugar de certeza.

Objetivo: Apontar as marcas de subjetividade reveladoras de pontos de vistae julgamentos do enunciador.
Item do programa: Formas de enunciação
Subitem do programa: Marcas de opinião

Comentário da questão:

Os trechos selecionados se referem não a fatos reais, mas a pensamentos do narrador e de um dos personagens. São suposições apenas, expressas por meio das expressões de dúvida “Era capaz” e “Será que”, do futuro do pretérito em “continuariam” e do modo subjuntivo em “dissesse”.

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A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

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No último parágrafo, as perguntas formuladas dizem respeito à relatividade dos animais e dos homens quando comparados uns aos outros. Essa ideia de que nada é absoluto também pode ser percebida nos diálogos entre os personagens Doril e Diana. 

Transcreva, desses diálogos, duas passagens que exemplifiquem a percepção da relatividade retratada no conto. Justifique suas escolhas.

Objetivo: Exemplificar passagens ilustrativas da percepção da relatividade retratada no conto e justificar a escolha das referidas passagens.
Item do programa: Coerência textual
Subitem do programa: Progressão temática

Comentário da questão:

Em sua aparente simplicidade, o conto de José J. Veiga propõe uma discussão filosófica, que diz respeito à relatividade dos animais e dos homens, quando comparados uns aos outros. A ideia de que nada é absoluto já se apresenta no título do texto – “Diálogo da relativa grandeza” – e culmina no último parágrafo, com as indagações de Doril: “Será que somos pequenos para ele como um gafanhoto é pequeno para nós, ou menores ainda? De que tamanho, comparando – do de formiga? De piolho de galinha? Qual será o nosso tamanho mesmo, verdadeiro?”. Essa percepção da relatividade do real é antecipada em três passagens do diálogo entre os dois irmãos.
Primeira passagem:“– Macaco é quem fala. Está comendo banana.– Marmelo é banana, besta?– Não é mas serve.”Nesta passagem, para que Doril possa responder à provocação de Diana (“Está direitinho um macaco em galho de pau.”), banana e marmelo são equivalentes. Ou seja, a diferença entre eles é relativizada.

Segunda passagem:

“– Li mas quero ter. Pra guardar e ler de novo.– Vantagem é ganhar outro. Diferente.– Deferente eu não quero. Pode não ser bom.”Neste trecho, há duas opiniões diferentes – a de Doril e a de Diana – sobre a leitura: a preferência pela variação e pela novidade, no caso de Doril; a preferência pela leitura do mesmo livro, no caso de Diana.

Terceira passagem:

“– Está judiando. Ele morre.– Eu estou judiando?– Amolar um bicho tão pequenininho é o mesmo que judiar.”

Para implicar com seu irmão, Diana afirma que não há diferença entre amolar (incomodar) e judiar (maltratar). Ou seja, Diana torna relativa a diferença entre amolar e judiar.

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A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

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Observe que, nos fragmentos abaixo, os pronomes o e elas desempenham a mesma função sintática: objeto direto.
a) Soprou-o de leve, ele encolheu-se e vergou o corpo para o lado do sopro, como faz uma pessoa na ventania.
b) Será que quem manda elas olha para nós como Doril estava olhando para o louva-deus?
Explique a diferença de formas entre os pronomes, com base na diversidade de usos da língua.  Reescreva integralmente cada construção sublinhada, de modo que o item a passe a ter a forma característica de b, e b passe a ter a forma característica de a

Objetivo: Reconhecer relações entre as formas da linguagem e a situação comunicativa.
Item do programa: Unidade e diversidade da língua portuguesa
Subitem do programa: Registros de uso na oralidade e na escrita

Comentário da questão:

O fragmento “a” é um exemplo do discurso do narrador, que emprega o pronome oblíquo átono “o” na função de objeto direto, característica do português padrão escrito. Em “b”, há uma construção de sintaxe coloquial brasileira (“elas” como objeto direto de “manda”), caracterizando a linguagem espontânea do personagem – um menino. A reescrita dos exemplos converte a variedade escrita na variedade oral e esta naquela: “Soprou ele de leve”, “Será que quem as manda”.

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A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

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Um tema característico da renovação poética modernista é a valorização do cotidiano, como se observa em Uma aranha. No poema, essa valorização se expressa por meio da seleção vocabular e da referência às dúvidas existenciais. Observe os fragmentos:

A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

Identifique duas palavras ou expressões que comprovam a valorização do cotidiano. Indique, também, o fragmento em que se evidencia a referência a dúvidas existenciais a partir de elementos do cotidiano e transcreva desse fragmento a palavra que revela a surpresa do poeta.

Objetivo: Exemplificar palavras e expressões e indicar fragmento, associados à ideia principal desenvolvida no poema.
Item do programa: Modernismo
Subitem do programa: A estética modernista e a revisão da cultura e da história brasileiras

Subitem do programa: Experimentalismo na prosa e na poesia

Comentário da questão:

O poema “Uma aranha” exemplifica uma das mais relevantes conquistas da renovação poética modernista: a valorização do cotidiano no nível vocabular e no nível temático. No nível vocabular, o poeta passa a usar palavras comuns, do dia a dia. No nível temático, sentimentos humanos e indagações existenciais são expressos por meio de vocábulos e atos banais, cotidianos. Nos dois fragmentos, são exemplos da valorização do cotidiano na seleção vocabular: “dicionário”, “verbete”, “encardidas páginas”, “minha casa”.

O fragmento que expressa dúvidas existenciais a partir de elementos do cotidiano é o segundo, no qual se anuncia a ideia de que a aranha é um ser “consciente de si”. A palavra que revela a surpresa do poeta com os questionamentos que ele começa a fazer é “insuspeitado”. 

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A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

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Pode-se observar uma semelhança e uma diferença nas representações do louva-deus, no texto I, e da aranha, no texto II. Um traço comum a ambos é a estrutura delicada e frágil do corpo, destacada logo no início dos textos. O traço diferenciador é a relação entre o animal e o ser humano.

Transcreva de cada um dos textos a expressão que mais explicitamente revela o traço comum ao louva-deus e à aranha.

Em seguida, indique o título do texto em que a relação entre animal e ser humano é de dominação, justificando sua resposta por meio de um enunciado completo.

Objetivo: Identificar recursos associados à explicitação do fluxo do sentido do texto.
Item do programa: Coerência textual
Subitem do programa: Progressão temática

Comentário da questão:

Os textos I e II têm em comum o registro de um flagrante do encontro entre o ser humano e um animal pequenino e delicado – característica revelada pela expressão “o leve pulsar de fole do pescoço” (texto I) e “com suas muitas perninhas quase invisíveis” (texto II). Essa delicadeza tem, porém, um significado diferente em cada texto. Em “Uma aranha”, ela é ressignificada como a leveza que dá agilidade. A aranha está no mesmo plano do homem, compartilhando com ele o espaço e o tempo. Nas mãos de Doril, o louva-deus é um ser frágil e indefeso, submetido à vontade e à força física do ser humano.

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A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

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Quatro trechos do poema estão delimitados graficamente por parênteses ou travessões. Dois deles empregam linguagem com características especiais: uma técnica e outra poética.

Identifique esses dois trechos e cite a linguagem característica observada em cada um.

Objetivo: Identificar procedimentos formais de inserção de diferentes gêneros na construção do texto.
Item do programa: Procedimentos de intertextualidade
Subitem do programa: Apropriação

Subitem do programa: Citação

Comentário da questão:

O texto muitas vezes combina linguagens características de mais de um gênero ou registro. No poema “Uma aranha”, esta propriedade vem assinalada pelos recursos gráficos dos parênteses e travessões. Os trechos a que o comando da questão se refere são “no verbete Descartes, René” e “uma esfera de ar viva”. No primeiro, a identificação do filósofo começa pelo sobrenome – Descartes – que é a prática na técnica das referências bibliográficas. No segundo exemplo, o adjetivo “viva”, aplicado à expressão “esfera de ar”, cria uma imagem poética.

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A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

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O texto Gato gato gato faz um uso inovador da língua, de modo a explicitar a necessidade de  inventar palavras. Num dos parágrafos do texto, o autor justifica a renovação vocabular por ele praticada.

Com base nesse parágrafo, apresente a razão oferecida pelo autor para renovar o vocabulário. Transcreva duas palavras, retiradas desse mesmo parágrafo, que ilustrem essa justificativa.

Objetivo: Identificar opinião expressa pelo autor, exemplificando-a com palavras do texto.
Item do programa: Poesia e prosa de meados do século XX à atualidade
Subitem do programa: Pesquisa estética e renovação expressional

Comentário da questão:

No segundo parágrafo do texto, o autor justifica a renovação vocabular por ele praticada. Ele afirma que, para nomear de modo mais preciso os animais, são necessárias palavras que representem – por meio de seus aspectos concretos, como o número de sílabas e a sonoridade, por exemplo – a forma física, os movimentos e o jeito de ser dos animais. Como os vocábulos que usualmente nomeiam os animais não cumprem essas funções, é preciso inventar palavras, fazendo um uso inovador da língua. No mesmo parágrafo, as seguintes palavras ilustram o ponto de vista do autor: “girarafa” e “girafafa”, que, com a repetição de uma sílaba, melhor representam a girafa com seu pescoço comprido; "felinoso", que, com o sufixo -oso, intensifica as características próprias do gato; e “pisa-macio”, palavra composta criada para retratar o modo como o gato se movimenta.

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A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

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Em cima do muro, o gato recebeu o aviso da presença do menino. (l. 19)

O adjunto adverbial que ocorre neste enunciado pode ser deslocado para outras posições; em uma delas, porém, a frase se tornará ambígua.

Reescreva o enunciado duas vezes com o deslocamento do adjunto, de modo a manter o sentido original em uma e a criar ambiguidade em outra. Aponte, também, a construção ambígua e explique-a.  

Objetivo: Reconhecer a relação entre as opções sintáticas e a construção do significado oracional.
Item do programa: A oração e o período
Subitem do programa: Termos essenciais, integrantes e acessórios

Comentário da questão:

Os adjuntos adverbiais são termos acessórios da oração e se caracterizam, em geral, pela possibilidade de trocar de posição. Este é o caso do termo “Em cima do muro”, que pode ocorrer após o verbo – “O gato recebeu, em cima do muro, o aviso da presença do menino” – ou no final do período – “ O gato recebeu o aviso da presença do menino em cima do muro”. Na segunda reescrita, porém, o enunciado se torna ambíguo, pois “em cima do muro” pode ser interpretado, também, como o lugar em que se encontra o menino.

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A forma como esse personagem foi caracterizado graficamente reforça sua resposta ao item a explique

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Gato persa, gatochim  o espirro do gato de olhos orientais. (l. 16) 

Ondulou de mansinho alguns passos denunciados apenas na branda alavanca das ancas. (l. 19 - 20)

Os termos sublinhados acima evidenciam dois recursos de exploração da camada sonora das palavras. 

Nomeie esses dois recursos. Em seguida, indique aquele que é um exemplo de neologismo, explicitando seu significado.

Objetivo: Nomear recursos de sonoridade e identificar um neologismo e seu significado.
Item do programa: Recursos expressivos da criação estética
Subitem do programa: Recursos sonoros, sintáticos e morfológicos

Item do programa 2: Criação e adoção de palavras

Subitem do programa: Neologismo lexical, neologismo semântico

Comentário da questão:

No texto “Gato gato gato”, o autor explora a sonoridade dos vocábulos por ele empregados, de modo a intensificar a potência sonora e semântica das palavras e a dar ao seu texto um caráter poético. No primeiro exemplo, “gatochim” é uma onomatopeia; já “branda alavanca das ancas” é um exemplo de rima, recurso usualmente empregado nos poemas.  A onomatopeia “gatochim” constitui um neologismo que, por meio da junção das palavras "gato" e "chim" (chinês), procura retratar o som do espirro do gato persa.